Sonho Alado

Toda vez que tu me dizes:

- Vou-me embora meu poeta!

Tenho medo do futuro,

de lutar numa só reta

e me ver arrependida,

por não ter na vida meta.

Fico triste em meu planeta

e o meu sonho mais contente

perde as asas, perde o prumo,

porque penso aqui na mente:

lá se vai a minha diva

que me fez ser sorridente.

Meu passado mais recente

foi de medo, mágoa, dor,

solidão no quarto escuro,

de perfídia e desamor...

De repente tu surgiste

no formato de uma flor.

Com teu beijo abrasador...

Teu carinho foi repleto

de ternura, e o meu resumo

já se faz por ser completo:

(teus afagos que são meigos)

ele me é sim tão dileto!

Deito ao tálamo o esqueleto

relembrando do sorriso

que dizia para o surdo:

- O teu sonho realizo.

E tu vinhas c' um olhar:

- Vem pra mim porque preciso.

Eu não fui mais indeciso

e entreguei meu coração

com um jeito até absurdo,

porque cri que esta paixão

me traria n' algum dia

a candura, coesão,

laço firme na razão...

Que plantei o bem somente;

o Destino causou furo

e refez em tua mente

um pensar que não entendo,

pois deixastes simplesmente...

O poeta que foi crente,

que lutou em bravo mar,

mas que vive num monturo,

nem na terra e nem no ar.

Sim no abismo tão profundo

por não tem teu doce amar.

Vive o sonho de voar

qu' inda haja arrependimento,

que tu voltes no futuro

ao dizer com sentimento:

- Eu te amei sempre poeta

e sou tua em todo o tempo!

17/10/2011 00h24

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 14/11/2011
Reeditado em 19/11/2011
Código do texto: T3335574
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