SAGA DOLORIDA

Me tiraram da minha terra

E me levaram pra chão estrangeiro

Me amarraram e me jogaram num porão

De um tal de navio negreiro

Me venderam para um homem bravo

Onde passei a trabalhar como escravo

Bem distante no território brasileiro.

Junto com outros pretos desvalorizados

Me obrigaram em dificeis situações

A comida era um tipo de lavagem

E trabalhava em más condições

Por qualquer coisa já era castigado

Já tinha até um tronco preparado

Onde os castigo tinham sucessívas repetições.

Naquele meio estava eu como um negro

Assistindo e sendo um também castigado

Ouvia os gritos de um reitor maldoso

Quando pegava um pra ser judiado

Debaixo de sol e chuvas não tinha hora

Qualquer coisinha o cara de pau ignora

Todos nós passava por mal bocado.

As vezes uma negra ainda menor

Eram escolhidas para seus caprichos sagaz

Naquela senzala sercada por homens armados

Os capangas vigiavam sem dar um pouco de paz

Na fazenda todos trabalhavam como animal

Era espancados também no cafezal

Era sofrimento por demais.

Hoje estou contando essa história

Onde muitos não sobreviveram pra contar

Apesar de eu estar bem velhinho

De muita coisa ainda consigo me lembrar

Sobreviví à tantos maus feitos

Hoje estou cego do olho direito

Bendita foi aquela lei que chegou pra nos salvar.

Dimi
Enviado por Dimi em 20/11/2011
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