O Bandeirante (versão diminuída)
Uma história contarei,
Motivos do sucesso
E da queda lhes darei,
Aqui todo expresso,
Com mui grande exagero,
Mas que sim é sincero!
Quase mitológico,
É o que se tornou,
Corajoso e bélico,
Nessas terras cruzou,
Com os próprios motivos,
Tornou os consagrados.
 
Êxito, criam ser talento;
Foi por Iara que ganhou,
Pois por ela se encantou,
porém por suas razões sedento:
-teu povo verá liberto,
-mas preciso do caminho aberto.
Bela, reza ela, Iara;
Apaixonada por ela a terra,
Ordena a uirapuru,
-voa, voa ó cantante,
Dá passos ao Bandeirante,-;
Pobre sereia, crente
Encantou milhares,
Mas falhou com Tavares,
Paulista Bandeirante.
Sobem todos muitos,
Para os jesuítas expulsar,
e os índios aprisionar,
em seu grande ideal,
A Tavares grupo leal.
Ao Sul Bandeira embrenha,
De São Paulo até o Tape,
Uirapuru a espreitar
Aquela tão grande façanha,
Sem poder voltar à Iara,
Contar-lhe do homem mentira tão clara.
 
À Bahia contra Holanda,
Mais vitória conquista,
Invencível nesta terra;
À sua terra volta,
Com glórias de vitória,
Ao rei missão contempla.
 
Ave, à sua amada volta,
Das atrocidades do homem,
Com sua voz solta;
- Ai do meu povo,
culpa do desejo bobo!
-Ai, se a esta terra volta,
com a vida paga ele e seu povo!
 
Herói, ao Brasil retorna,
À sua gran maior jornada,
Crendo na vitória abençoada;
Mas contra ele, a terra luta,
Na bandeira dos limites...
Final desta glória,
Não sou eu quem cita,
Nos livros de história,
Sem fantasia, o fim de Tavares,
nos explicam.