A mulher e o comerciante

Vou aqui narrar um fato

Que considero importante.

É de uma situação,

Entre uma mulher e um comerciante.

Ela chegou num armazém

No bolso nenhum vintém,

Mas estava bem confiante.

Ela disse ao comerciante.

- O senhor pode me ajudar!

Meu marido está doente

E não pode trabalhar.

Tenho sete filhos pequenos,

Se o senhor puder ao menos

Alguns alimentos me doar.

O comerciante olhou para ela

E disse: - Vá embora daqui!

Eu não vou lhe dar nada,

Faça o favor de sair.

Não espante minha freguesia,

Pois a sua companhia

Faz qualquer um desistir.

Ela disse: - Por favor!

Então, me venda fiado.

Lá em casa não tem nada,

Estou num desespero danado.

Quando algum dinheiro eu arranjar

Venho aqui lhe pagar

Fique despreocupado.

O comerciante respondeu:

- Não tens crédito no mercado.

Não conheço sua família,

Nem estou preocupado.

E essa sua insistência

Vai tirar minha paciência

Pois sou um pouco afobado.

Ali tinha um freguês...

Que tudo tinha escutado.

Disse: - Atenda a mulher!

Estou todo arrepiado.

Do jeito que o senhor fala

Parece que cospe bala.

Podia tê-la ajudado.

Venda o que ela quiser

E deixe a conta comigo.

Temos que ajudar nosso próximo,

Se não queremos castigo .

Está pedindo é por precisão,

Está encerrada a questão

E eu acerto contigo.

O comerciante lhe olhou:

E falou para a mulher.

- Tu tens aí uma lista,

Anotado o que quer.

Coloca aqui nesta balança!

Falou com muita arrogância!

Que vendo o peso que der.

Estava querendo humilhá-la,

Falou para se safar.

Tinha certeza que ela não tinha

E nada ia poder comprar.

Falou para o cidadão,

Você preste atenção!

Na roubada que vai entrar.

A mulher olhou para ele,

Com o olhar envergonhado.

Começou a mexer numa bolsa

Que conduzia de lado.

Lista ela não achou...

Mas um papel colocou.

Sem abrir todo dobrado.

O comerciante sorriu:

E começou a colocar.

Mercadorias no outro prato

E nada dele baixar.

O comerciante intrigado.

Com aquele papel pesado,

Começou a gaguejar.

Continuou colocando

E nada do prato baixar.

E o freguês só olhando,

Sem querer acreditar.

Os dois meio atordoados...

Pediam perdão dos pecados!

E começaram a rezar.

O comerciante dirigiu-se a mulher

Lhe pedindo explicação.

Essa lista tão pesada!

Como levantou com uma mão.

Não tenho nenhuma lista,

E antes que ele desista.

Vou dizer é uma oração.

O freguês de boca aberta...

Disse: - Claro, eu vou pagar.

O comerciante atônito,

Sem querer acreditar.

Meu Deus o que estou vendo!

É um milagre acontecendo,

Eu não posso negar.

A mulher então, falou:

- Não é só a oração.

Eu pedi para Jesus,

Colocar a sua mão.

Para o senhor me escutar,

Eu precisei apelar,

Para a minha devoção.

O freguês pagou a conta

Como tinha prometido.

Recuperando a voz

Que o mesmo havia perdido.

E disse para a senhora:

- Sabe de uma coisa agora,

Foi bom ter ti conhecido.

A oração faz milagres

Realizada com fé.

Procure falar com Deus,

Na hora que você puder.

O peso que a oração tem,

Eu não conheço ninguém!

Que saiba dizer qual é.

Essa foi uma lição...

Para a gente se espelhar.

Se alguém pedir ajuda

Nunca deve se negar.

É Deus presente no irmão,

Vamos repartir o pão...

E o mais ele fará.

Não sei o que aconteceu

Com aquele comerciante.

Acho que ele aprendeu

Uma lição importante.

O amor e a doação

Com Jesus no coração

É um gesto gratificante.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 06/12/2011
Reeditado em 14/09/2012
Código do texto: T3375213
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