Um fazendeiro e um sábio

Um dia um fazendeiro

Foi pedir ajuda a um sábio

Pois trabalhava no campo

Com um boi puxando arado

Uma coisa horrível lhe aconteceu

Foi o seu boi que morreu

E ele pensava estar arruinado

O homem sábio respondeu:

Talvez sim, talvez não.

O fazendeiro sem entender

Pensou, ele está é malucão

Louco e não entendia

Que o pior lhe acontecia

Como ia arar o chão

No outro dia um cavalo jovem

Foi visto pela fazenda

Ordenou aos empregados

Pegue o cavalo e prenda

Se o dono aparecer

Vou pedir para me vender

Pode ser que ele venda

Com o cavalo no lugar do boi

Para tentar lhe ajudar

Nunca tinha sido tão fácil

Aquele campo arar

Ao homem sábio procurou

Em sua casa voltou

A fim de se desculpar

Você estava certo

Perder meu boi não foi tão ruim

Pois o Senhor reservava

Algo bem melhor para mim

Foi uma benção disfarçada

Eu é que não entendo nada

Pensei que fosse meu fim

Nunca ia capturar aquele cavalo

Se não fosse aquele fato

Mas senti um grande abalo

E também lhe achei chato

Você concorda comigo

Foi o melhor acontecido

Eu é que sou um ingrato

O sábio tornou a dizer:

Talvez sim, talvez não.

Agora não tenho dúvidas

Ele está mesmo doidão

Não sabia o que lhe aguardava

E atordoado ficava

Virá outra provação?

Mais uma vez o fazendeiro

Veio ao sábio falar

Meu filho andando a cavalo

Veio seu braço quebrar

Não pode me ajudar na colheita

Não me faça mais desfeita

Comigo vai concordar

Essa foi á pior coisa

Que podia me acontecer

O sábio pensou um pouco

Antes de lhe responder

Talvez sim, talvez não.

Não mudei de opinião

Nem adianta se aborrecer

O fazendeiro decepcionado

Ficou a se lamentar

É só um pobre coitado

Que está ficando gagá

Claro que foi a pior

Não pode ser a melhor

Não sabe nem aconselhar

Passados mais alguns dias

No vilarejo chegou

Uma tropa, procurando jovens

Para uma guerra que começou

E o filho do fazendeiro

Saudável, seria o primeiro

Foi o único que escapou

Mais uma vez o fazendeiro

Viu que o sábio tinha razão

Não era a pior coisa

Nem a pior ocasião

Ele teve que voltar

Mais uma vez se desculpar

Seu talvez sim, talvez não.

Para aceitar o sofrimento

Será preciso fazer

A substituição da pergunta

Do “por que” para “para quê”

Só assim entenderá

Qual o propósito que há

Reservado para você

Guarde mais esta lição

Bem guardada em sua mente

Pois o dia de amanhã

Pertence a Deus somente

E ninguém poderá saber

O que vai lhe acontecer

Ou seria diferente.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 18/12/2011
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