Vidas Secas em cordel

Uma família nordestina,

com difuso linguajar

Fabiano e sua família...

Pediam... Faziam preces

bem diante do altar,

a fim de que chovesse,

que sertão virasse mar.

Quão grande era a aflição,

e ninguém para escutar.

O mundo se alargou,

conheceram a capitar.

O pequeno se fez grande,

levar a vida a sonhar.

Quão grande era a aflição,

e ninguém para escutar

Fabiano acha ser sina

toda a sua aflição.

Roubado pelo governo,

pela polícia e pelo patrão.

Às vezes é de revoltar

Mas logo lembra seu lugar,

precisa do dinheiro,

para a família sustentar.

Apesar da humilhação,

dos desmandos do governo,

da polícia e do patrão.

Não desiste fácil não

É um bicho! - sim senhor.

Vence as dificuldades,

E as lida, com ardor.

(Cordel escrito num curso de cultura popular, em 2007,

momento também que era professora de literatura no curso pré-vestibular Universidade para Todos)