* As vizinhas *

Duas mulheres bem parecidas

Viviam de cara amarradas

Não falavam uma com a outra

Ambas eram intrigadas

Uma não gostava da outra

E nessa perrenga louca

Viviam de trombas, zangadas

Um dia, uma delas resolveu

Acabar com esta confusão

Pois não havia motivo

Para estarem com isso não

Resolveu a outra procurar

A fim de acabar

Alguma má impressão

Encontrou a mesma na rua

E chamou-a para conversar

Propondo-lhe amizade

Esta intriga terminar

Pois nâo havia motivo aparente

Para essa intriga da gente

Vamos amigas, ficar

A outra disse: Tudo bem!

Mas logo ficou pensando

Vou ficar é bem esperta

Que algo, ela deve estar aprontando

E com este pensamento

Zangava-se até com o vento

Se estivesse lhe atrapalhando

Pensou: Vou mandar-lhe um presente

E ver como ela vai reagir

Se ele gostar vou saber

Ou vai querer discutir

Uma linda cesta enfeitou

Esterco de vaca dentro colocou

Com um lindo papel a cobrir

Chamou sua empregada

E pediu para ela ir lá

Um presente para a vizinha

Ir rapidinho deixar

Nenhum comentário fazer

Só a certeza dela receber

Pessoalmente a entregar

Sua vizinha recebeu o presente

Abriu-o e não disse nada,

A empregada a patroa contou

Que ficou decepcionada

Algum tempo se passou

Um dia a vizinha lhe mandou

Uma cesta bem enfeitada

Ela recebeu a cesta

E ficou muito assustada

Será que era a revanche?

Porém, estava enganada

Era um buquê de flores

Linda de todas as cores

Deixando-lhe admirada

Nela, continha um cartão

Escrito nele assim:

“Foi aquele esterco de vaca,

Que você mandou para mim”

Usei-o para adubar

Serviram para fortificar

As flores de meu jardim

Aproveito para lhe agradecer

Por esta oportunidade

De poder lhe retribuir

O seu gesto de amizade

Envio-lhe este presente

Com o desejo simplesmente

De muitas felicidades

O feitiço sempre vira

Por cima do feiticeiro

Tem cisco no olho do outro

Retire do seu primeiro

Não dê uma de espertinho

Procure tratar com carinho

Seu vizinho ou companheiro

Ás vezes julgamos as pessoas

Pela sua aparência

E a nossa ignorância

Traz inúmeras conseqüências

Veja o caso dessas vizinhas

Nenhuma razão elas tinham

E viviam com violência.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 13/02/2012
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