Da Vida, ao Fim ...

Da Vida, ao Fim ...

Avançando na idade

Vão os colocando de lado

Como coisa que não presta

Sem nenhuma utilidade

Sucata da humanidade

Peso morto, obsoleto

Sem valor, é qual dejeto

Ultrapassada a validade

O que ao mundo deu de si

Não é levado em conta

A gratidão, é a afronta

Que recebe, aqui e ali

Já serviu por longo tempo

Sua missão foi cumprida

E o que lhe resta da vida

É um benévolo passatempo

Incuráveis cicatrizes

O relógio, registrou

Do vazio, o que restou

Foram as horas felizes

Lamentos, divagações

A marca do tempo levou

E, se a vida os deixou

Merecem abnegação

O que dói profundamente

É o desprezo da figura

Que embalou com ternura

E hoje, de si está ausente

As memórias não morrem

Nós, morremos a cada dia

Como nada acontecia

No curto espaço, sofremos !

Porangaba, 18-03-2012

Armando A. C. Garcia

Visite meu blog: http://brisadapoesia.blogspot.com