Abrindo as velas ao vento

Abrindo as velas ao vento

Abrindo as velas ao vento

Ao incógnito se lançaram

Com fé, vigor e alento

O alto mar eles singraram

Pequeninas Caravelas

Por gigantes conduzidas

Em alto mar de procelas

Esperanças adormecidas

Lá na vasta imensidão

Sobre ondas encapeladas

Singrando o mar elas vão

Por águas nunca navegadas

Em silêncio, a frota navega

Dia após dia, sem cessar

Até que um dia, à terra chega

Já cansados de tanto mar

Onde as ondas tiveram fim

Novas gentes, novas plantas

E tudo estranho, enfim

Não há igrejas, nem há santas

Tem uma flora exuberante

Com recursos infindáveis

Matas virgens, diamante

Ouro e prata admiráveis

O esplendor da terra nova

Na sua vastidão imensa

Cheio de mistério, é trova

- A praia, por recompensa

Ali aportaram por fim

Cansados de tanta luta

Chegaram os índios, assim

Numa vergonha dissoluta

Deram-lhe quinquilharias

Espelhos e outros mais

E com essas ninharias

Cativaram os demais

Foram assim conquistando

Dos selvagens amizade

Deste modo atuando

Acalmaram a tempestade

Mas o índio, sempre arisco

Por vezes se sublevava

E para não correr o risco

O pessoal, não vacilava

Os dias foram passando

E estes formaram anos

O Brasil foi caminhando

Ainda hoje, há desenganos.

Porangaba, 31/03/2012

Armando A. C. Garcia

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