UMA HISTÓRIA POR CRIAR...


UM CAUSO BEM ENGRAÇADO
DEU-SE EM MINHA CIDADE
JÁ FAZ ALGUM TEMPO
EU TINHA POUCA IDADE
MAS LEMBRO MUITO BEM
E VOU CONTAR COM VERDADE

HAVIA LÁ UM SUJEITO
QUE GOSTAVA DE INVENTAR
MENTIRAS PRA TODO MUNDO
ME AJUDE A CONTINUAR
A CONTAR ESSA ESTÓRIA
QUE AINDA ESTÁ POR CRIAR...


 
Ai meu Deus que confusão
Neste cordel bem rimado
Confesso que não sei não
Concluir aquilo iniciado
Aqui é que a gente padece
Em panela que muitos mexem
Pode sair cru ou queimado
 
 
Quem começa uma rima
Então tem que terminar
E de fato tem alta estima
Pra uma boa rima rimar
Porque a rima da gente
Pode ser bem diferente
De uma história por criar
 
 
Mentiroso tem pernas curtas
Ligeiro a verdade lhe pega
E as vezes a gente escuta
Dizer que ele fala e se denega
Pois o que fala não tem sentido
Sendo um mentiroso atrevido
Lhe apertando, tudo ele nega
 
 
O mentiroso é o camarada
Que não tem vida erudita
Suas histórias mal contadas
Mostra que ela e maldita
Eu falo com honestidade
Mesmo que fale a verdade
Ninguém na mentira acredita
 
 
Eu conheci um sujeito
Que mentia o tempo inteiro
Mentindo daquele jeito
Tornou-se um mexeriqueiro
Mexericava até no toco
Deixava qualquer um louco
Aquele cabra fuxiqueiro
 
 
Nem sei mesmo se atendi
Aqui sua solicitação
Mas pelo que entendi
Dei minha contribuição
A mentira não tem graça
Pois ele é uma desgraça
Que do diabo é invenção
 
 
 
Damisio meu amigo
Cuidado com o mentiroso
Saiba que ele causa perigo
E é um elemento maldoso
Fuja logo desse sujeito
Pois mentindo desse jeito
É um cabra muito perigoso
 
(Luís Gonçalves)

Damisio meu amigo
Cuidado com o mentiroso
Ele pode causa perigo
E é um elemento maldoso
Fuja logo desse sujeito
Pois quem desse jeito
É um cabra perigoso

(Luís Gonçalves - Imperatriz /MA)

 



Em matéria de estória
 Eu já estou escolada
Vou pensar em uma boa
 daquelas de dar risada
 Aguarde, amigo Damísio
Ela está sendo criada!

(mariamaria - João Pessoa - PB)


Um sujeito mentiroso
Já chegou ali falando
corram no meu quintal
Tem um sapo assombrando
Seu tamanho é de um fusca
O quintal tá afundando.

(Levi Madeira – Fortaleza – CE)


Esse cara mentiroso
 Que Damísio conheceu
Também passou por aqui
Depois se escafedeu
Ninguém sabe de onde veio
Só sei que era muito feio
E mentiu tanto que morreu
 
 Ele pegava mentira
 E misturava com farinha
 Fazia uma polenta
 E dava para a vizinha
 E o resto que sobrava
Outra coisa ele inventava
E comia com galinha
 
 Gostava de contar causos
 rua abaixo e rua acima
Dizia ser marinheiro
E lutador de esgrima
Que era cantor dos bons
 Enfim, tinha muitos dons
Até o de fazer rima
 
De tanto falar mentiras
 Ninguém nele acreditava
 Quando o infeliz sorria
Diziam que ele chorava
De um lado para o outro
Foi um pau que nasceu torto
Nem Deus jeito a ele dava
 
 Um dia o faroleiro
Inventou uma pescaria
Na hora de entrar no mangue
 palhaçada ele fazia
 Dava pinote, acenava
O pessoal nem ligava
Com as coisas que ele fazia
 
Porém em dado momento
Ele encontrou sua cruz
De tanto falar mentiras
Apagou sua própria luz
Caiu frito, estatelado
E morreu todo engasgado
Com um taquinho de cuscuz.
 
(mariamaria – João Pessoa – PB)





Conhecia um sujeito
Escultor de gesso e barro
Que contava tanta história
E virou alvo de sarro
Nos falava que um dia
Faria seu próprio carro.


(P S ASSIS - São João de Meriti/RJ)


Pertinho de minha casa
tem um rio interessante
a água corre é subindo
e tem força de gigante
sua força aumenta mais
quando a lua ta minguante.
 
Tem nele uma hidroelétrica
que tem seiscentas turbina
se um dia o sol apagar
daqui a gente ilumina
de uma dessas menor
da correnteza mais fina.
 
(Paulo Jeser Ferreira Lima - Várzea Alegre/CE)

 

Meu amigo Damísio Mangueira
Ícone de Cajazeiras
Poeta e escritor nordestino
Conheceu no seu tempo de menino
Um cabra danado de mentiroso
Dizia que enfrentou o temido lampião
Cangaceiro mais famoso
Que aterrorisou o sertão
Surrou-o com a bainha de seu facão
Botou seu bando pra correr
Lá pras bandas de canudos
No sertão da Bahia donde ele foi morrer.
 
(geraldinho do engenho - Bom Despacho/MG)



Vou contar aqui um causo
De uma grande brincadeira
Que aconteceu com um amigo
E a sua companheira
Que foram subir a serra
De repente uma onça berra
E eles desceram na carreira.
 
Levaram um tombo medonho
E começaram a rolar
Descendo de serra abaixo
Sem conseguirem parar
E era só os caçadores
Dois brincalhões senhores
Que estavam a caçar.
 
 Imitaram o berro da onça
Na intenção de assustar
Pois naquela redondeza
Não tinha como encontrar
Uma onça por ali
Somente quem não era dali
 Que ia acreditar.
 
Eram dois estudiosos
 Faziam observação
Para um TCC da faculdade
Faziam anotação
Encontravam-se distraídos
Se não teriam percebido
Dos senhores a aproximação.
 
A sorte é que eles estavam
Bem vestidos e equipados
Se não tinham morrido
Ou ficado todo quebrado
Graças a Deus foi só o susto
 que ocorreu entre os arbustos
Tive muita dó dos coitados.
 
(Claudia Pinheiro - Petecoste/CE)

 



Um dia o dito sujeito
Tal contador de mentira
Disse sair de Triunfo
Com destino a Sucupira
Montado no seu jumento
Veja se tem cabimento:
Encontrou com a pomba-gira.
 
Em forma do Curupira
Ele dançava forró
Com um cachimbo na boca
Ele fumava seu pó
Cantando o ilariê?
Viu o Saci-Pererê
Marchando co’a perna só.
 
Pra sair só dando nó
Nas tranças de Rapunzel
Pois ele ficou no meio
Daquele grande escarcéu
Onde o Saci dançava
Iara também cantava
Aquele funk do créu.
 
Disse ter visto no céu
São Jorge e o dragão
Armando uma arapuca
Pra pegar seu alazão
O chamado Pégasus
Foi um ai ai meu Jesus
Uma grande traição.
 
Viu também rei Lampião
Lutando contra Golias
Em uma queda de braço
Que durou noventa dias
Lampião baixou a bandeira
Pra dançar mulher rendeira
Lá em Belém de Maria.
 
Mentira sem covardia
Pode até ser desculpado
Mas é melhor repensar
Com ela é bom ter cuidado
Reveja a sua conduta
Mentira tem perna curta
Já diz o velho ditado.
 
(Edilson Biol - Alta Floresta/MT
)

De mentiras eu não gosto
Só com a verdade é que sei andar
Mais pra por um fim nesta história
Uma mãozinha eu vou lhe dar
 
Sabe quando escurece
E a noite se faz chegar
Não havia lua no céu
Nem estrelas pra acompanhar
Foi um pedido que fiz a Deus
E agora vou confessar
Deixou ele ao meu contento
A formação deste lugar
 
Também as escrituras sagradas
E as águas de todo mar
Fiz o fogo do vulcão
E o vento pra assoprar
Criei vocês e as letras
E tudo ao alcance do meu pensar
Pois não gosto do homem mentiroso
Já que só com a verdade é que sei andar
 
(Wanderley Marques – Cachoeira dos Índios - PB)


 
Na beira do caminho tem tamanduá
Cascavel faz seu ninho, em casa de mafuá
Quem quiser que cuide do seu tempero
No meu angu ninguém bota o bedelho
 
Numa fazenda do Triunfo, tem um poeta
Cordelista e trovador, ainda é Historiador
Contador de estória, e as vezes Profeta
Faz cordel como ninguém, Recantista inspirador
 
Um dia saiu para fazer trova, estudar para prova de doutor
Lá pelas bandas da cidade viu um disco voador
Quando as luzes começaram a piscar já era tarde
Lá se foi Damísio a bordo da nave em seu pavor
 
Mas os Ets eram bonzinhos, raptaram nosso herói
Para ouvir estórias da sua terra, era mesmo espantoso
Mesmo lá longe da Terra, Damísio era famoso!
Pelas maravilhas que ele mesmo constrói
 
Ficando muito aliviado, nosso pobre amigo fica animado
Entre trovas e cordéis, eis nosso poeta tão entusiasmado
Quando volta para a Terra nosso Damísio faz uma prece
Olha para o céu de Triunfo, fecha os olhos e agradece!
 
(Agla - Campinas/SP – Brasil)


 

Damísio Mangueira
Enviado por Damísio Mangueira em 14/04/2012
Reeditado em 18/04/2012
Código do texto: T3611903
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