ROMEU E JULIETA ( Homenagem a William Shakespeare)

Verona, bela cidade

Com seus mistérios e encanto,

Cenário de uma história

De paixão e de desencanto

Amor maior, impossível

Forte, intenso, indestrutível,

Cheia de dor e de pranto.

Montecchio e Capuleto

Famílias tradicionais,

Da cidade de Verona

Poderosas e rivais,

Com uma luta sem glória

Personagens de uma história

Que não morrerá jamais.

Pois essas duas famílias

Há anos eram inimigas,

Para elas qualquer coisa

Dava motivos a intrigas

Com tanta perturbação

O príncipe impôs punição,

Para acabar com as brigas.

Determinou a majestade

Que em caso de confusão,

Aplicada então seria

Ao autor da provocação,

Sem se preocupar com a sorte,

Terrível pena, a de morte,

Como a maior punição.

Romeu era um Montécchio,

Vibrante e arrebatador,

Cortejava a Rosalina

Por quem caia de amor,

Mas ela não o queria

Pois a outro pertencia,

E lhe causava grande dor.

Os amigos de Romeu

Até tentavam de tudo,

Para fazê-lo esquecer

Aquela idéia, contudo,

Romeu triste e calado,

Pelos cantos, desolado,

Começava a ficar mudo.

Então Mercucio e Benvolio

Não tendo o que fazer mais

Convidaram-no para um baile

Na casa de seus rivais,

Apesar de mascarado

Romeu ficou encantado,

Dando suspiros e ais.

Ele olhou para uma jovem

Formosa tal qual uma flor,

E viu, através da máscara,

Um sorriso encantador

Jamais vira outra mais bela,

E enfeitiçado por ela

Ficou perdido de amor.

Julieta de Capuleto

Também ficou encantada,

Porém não pôde falar

Manteve-se quieta, calada,

Foi conversar com as estrelas

E confessou para elas,

Que estava apaixonada.

Romeu ouvia escondido

Nos arbustos do jardim,

Com aquela confissão

Não se conteve e, assim,

Declarou-lhe o seu amor

E juraram com intenso ardor

Amarem-se até o fim.

E o rapaz recorreu

Ao amigo Frei Lourenço,

Pedindo-lhe que celebrasse

Em segredo, o casamento,

Frei Lourenço concordou

O casamento realizou,

Tudo era contentamento.

Logo após a cerimônia

Uma briga sucedeu,

Entre um jovem Capuleto

E os amigos de Romeu,

Theobaldo, o valentão,

Ganhou na briga e , então,

Foi Mercúcio quem morreu.

Romeu foi desafiado

E nem por isso lutou,

Mas ao ver que o amigo

No chão sem vida tombou,

Ficou louco, inconformado,

Pulou sobre Theobaldo

E finalmente o matou.

O príncipe abrandou a pena

Mas decretou banimento

Romeu por aquelas terras

Nem mesmo em pensamento,

Sendo expulso da cidade

Para dizer a verdade,

Era o fim do casamento.

O jovem inconformado

Não aceitava deixar,

A sua amada sozinha

E ir morar em outro lugar,

Pediu refúgio ao Frei

Virou um fora da lei,

Foi numa cela se abrigar.

Prometida ao conde Páris

-Eram assim os casamentos-

Ela, fiel ao Romeu

Apesar dos acontecimentos,

Mandou-lhe um bom recado

Que ele fosse, apressado,

À noite aos seus aposentos.

Então Romeu e Julieta

Com ternura e com fervor,

Juram que eternamente

Na alegria ou na dor,

Estariam sempre unidos

Seriam fortalecidos

Em nome daquele amor.

Romeu triste, apaixonado

Logo ao romper do dia,

Fugiu para outra cidade

Ao ouvir a cotovia,

Deixou , então, sua amada

Solitária e inconformada

Morrendo... Em agonia!

Os pais da jovem mocinha

Anunciaram o casamento,

Com o famoso conde Páris

Para seu grande tormento,

Ela teria que aceitar

Pra família despistar,

Com astúcia e fingimento.

Frei Lourenço arma um plano

Para acabar com a má sorte,

De virar mulher do conde

E de Romeu ser a consorte,

Deu-lhe um frasco de veneno

Um elixir mais ameno,

Pra simular sua morte.

Tomando aquele veneno

A moça desmaiaria,

E entre os convidados

Seria uma correria,

Capuletos, transtornados,

Sentir-se-iam culpados

E o casório acabaria.

Mas o plano não saiu

Conforme foi planejado,

A carta do Frei Lourenço

Deve ter se extraviado,

Não chegou até Romeu

Que soube do que ocorreu

E ficou inconformado.

Desfeito em dor e tristeza

Por ter vida desgraçada,

Ele voltou à Verona

Para a última jornada,

Comprou veneno também

Queria, como ninguém,

Acompanhar sua amada.

Quando chegou ao mausoléu

De sua esposa querida,

Encontrou o Conde Páris

E com a alma combalida,

Travou uma grande luta

E ao fim daquela labuta,

Tirou do conde a vida.

Romeu tomou o veneno

Coitado, foi enganado,

E caiu sobre a sua amada

E morreu a ela abraçado

Frei Lourenço até tentou,

Contar o que se passou

Mas chegou muito atrasado.

O Frei chamou Julieta

E ldescreveu o ocorrido,

Ela ficou horrorizada

A vida perdeu o sentido,

Decidiu também morrer

Para lá no céu viver,

Com seu amado marido.

Tentou sugar o veneno

Porém nada conseguiu,

Apanhou uma adaga

E o próprio peito feriu,

De seu amor sem vitória

Ficou a mais bela história

Que a humanidade já viu.

As famílias entristecidas

Cheias de culpa e de dor,

Esqueceram suas mágoas

Nada mais tinha valor,

Perdoaram-se, mutuamente,

E foram viver, somente,

Em nome daquele amor!

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Este cordel é uma homenagem singela à memória de William Shakespeare (Stratford-Avon, 26/04/1561 - 23/04/1616), um dos maiores nomes do teatro mundial, dramaturgo, escritor, poeta, pensador, que nos deixou um legado imensurável, encantando gerações através dos tempos, tornando-se imortal através de sua magnífica obra, dentre tantas outras a de Romeu e Julieta – A mais bela história de amor que o mundo conhece!

Mariamaria JPessoa Pb
Enviado por Mariamaria JPessoa Pb em 23/04/2012
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