* O trabalhador cuidadoso *

Um homem bastante simples...

Arranjou um emprego numa fazenda.

Fazia tudo que estava ao seu alcance

Zelava bem sua choupana, sua tenda.

Era humilde, trabalhador, cuidadoso,

Sério, honesto e cauteloso.

Com uma imagem meio capenga.

Era o mais animado da turma,

Entre todos os peões.

Vivia a assoviar e cantarolar,

Gostava muito de modinhas e canções.

Com o trabalho duro que tinha,

Não sei de onde era que vinha,

Tanto fôlego para seus pulmões.

Só trabalhava cantando ou assoviando.

Sem de nada reclamar.

Os outros peões os observava.

Sem entender o que é que há.

Ele ganha uma miséria igual à gente,

Por que é tão diferente?

Viviam a se perguntar.

Eu agradeço este pouco...

Pois sem ele é mais ruim.

Vivo sozinho neste mundo,

Não tenho ninguém por mim.

Vou zelar sempre essa casinha,

Sei que nunca será minha!

Vou cuidá-la mesmo assim.

Não gosto de reclamar

Com tudo eu me ajeito.

Vocês têm suas famílias

Reivindiquem seus direitos.

Eu vou ficando por fora

Nem penso em ir embora.

Estou bastante satisfeito.

Sua casinha era bem arrumada,

Limpinha, toda pintada.

Dava conta de seu serviço

E sua casa ainda zelava.

O patrão aquilo observou.

Um dia desses lhes chamou...

Por que a choupana parecia encantada.

Se tem zelo por uma simples casinha,

Que nem é dele de verdade.

Mantendo-a limpa e bonita.

Embora com simplicidade

Se for meu administrador,

Vai zelar com muito amor,

A fazenda e a mansão na cidade.

Você é a melhor pessoa...

Que já pintou por aqui.

Arrumou aquela choupana,

Com um carinho que nunca vi.

Nunca recebi uma reclamação,

Foi um excelente peão.

Por isso te escolhi.

Deus me livre de você...

Minha oferta não aceitar.

Pessoas como você...

É muito difícil encontrar.

Mostraste que tem valor!

Será meu administrador.

E comigo na fazenda vai morar.

Quem é zeloso nas pequenas coisas...

Imagine sua grandiosidade!

Em ti, devoto minha confiança.

Ofereço-te minha amizade.

Quero que fique comigo,

Pois, encontraste um fiel amigo.

Simplesmente pela simplicidade.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 02/05/2012
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