A Revolta dos Centauros 2

A Revolta dos Centauros 2

Embrenharam-se na mata

procurando segurança

perto duma catarata

numa caverna bem farta

arquitetaram vingança

A caverna escondida

de refúgio lhes serviu

à volta muita comida

muita caça preferida

esse grupo consumiu

Com uns galhos escolhidos

fizeram arcos e setas

Treinaram ali escondidos

a destreza reunindo

esperando a hora certa

Quando enfim se viram ases

no manejo do armamento

decidiram ser capazes

tirando todos entraves

pra cumprir seu juramento

Deixaram bem protegidas

as mulheres e crianças

e marcaram a partida

numa data concebida

pra fazer sua vingança

O sangue já lhes fervia

e o instinto animal

Aumentava a cada dia

quando a lua aparecia

com seu brilho surreal

A cidade não sabia

o terror que a rondava

acordava e dormia

vivia dia após dia

Enquanto a guerra se armava

Quando o Zé encontraram

Numa cena de terror

todos ossos se quebraram

co'a carne se misturaram

Já exalava fedor

Ninguém soubera explicar

O que havia acontecido

Por que iriam matar

os cavalos do lugar

ao seu dono tão querido?

As marcas de muitos cascos

espalhadas pelo chão...

O corpo do Zé em mil cacos

Marcas de fogo no mato

Qual coisa do Gramunhão

Tentaram seguir o rastro

Dos cavalos fugitivos

Mas ele sumia no mato

Logo depois do riacho

como sido abduzidos.

Muito tempo já passara

desde a morte do Barranco

nada pois se apurara

e o mistério ficara

como um papel em branco

O cavalos? Que pensar?

provavelmente roubados

longe haviam de estar

depois de os negociar

quem os havia levado

Quem poderia saber

da verdade escondida

dos centauros a nascer

e a prole a crescer

a cada égua parida?

continua...ou não depende de sua atenção

Salvador, 23 de fevereiro de 2012