TEMPO DE SER CRIANÇA: BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

No meu tempo de criança

Muita coisa boa tinha

Aprendi com a tradição

Dos antepassados vinha

Brincava de “garrafão”

E de "amarelinha”

As crianças se juntavam

Era aquele alvoroço

Meninos e meninas

Brincavam de “Tô no Poço”

A água bate onde?

Ela bate no pescoço

Brincando de ser mãe

Começava a cantar

Juntava a meninada

E ia cantarolar

“Licença meu bom barquinho”

“Licença para eu passar”.

E nas festas juninas

Fazem adivinhação

Escrevem nomes dos moços

E embaixo do colchão

O que aparecer virado

Ganhará seu coração

A moça enfiava a faca

No tronco da bananeira

E no dia seguinte

Ia ver toda faceira

A letra do futuro amor

Para amar a vida inteira

“Se essa rua fosse minha

Eu mandava ladrilhar

Com Pedrinhas de brilhante

Para o meu amor passar

Cantigas tão românticas

O amor está no ar

Dos fios da memória

Evoco outra canção

“Terezinha de Jesus”

“De uma queda foi ao chão”

Acudiram três cavaleiros

Todos de chapéu na mão

Lembrei-me de outro canto

Que agrada criancinha

Todos gostam de cantar

A loa da “Borboletinha”

Que faz chocolates

Para a sua madrinha

Eram tantas brincadeiras

Vou lembrando a granel

Toda menina gostava

De passar o seu anel

Rebuscando na memória

Registrando em cordel

Cheios de felicidade

Olhavam para o céu

Iam até a Espanha

Buscar o seu chapéu

Era tanto entusiasmo

Que faziam escarcéu

As crianças do passado

Eram inocentes de fato

Não viam maldade em cantar

“Atirei o pau no gato”

Sem refletir a crueldade

De cometer esse ato

Não tinha muito dinheiro

A situação era feia

Não tinha bola de couro

Fazia-se bola de meia

Inventava-se de tudo

O que viesse na teia

Menino gosta de bola

Menina gosta de boneca

Toda criança gosta

De brincar de peteca

Que faze mais feliz

Toda criança é moleca

Criança gosta de correr

Ela pula e estica

Nesse corre- corre

Adoram brincar de tica

O tempo passa rápido

E a lembrança é que fica

Todas essas emoções

Na memória está gravada

Eu gostava de brincar

Com a bola de “queimada”

Foi uma fase tão boa

Eu não esqueço de nada

Minha memória é boa

Faço dela um arquivo

As crianças gostavam

De brincar de “morto vivo”

Brincadeiras desenvolvem

E ainda servem de incentivo

Eram tantos desafios

Enquanto um corre, outro pega

Lembro-me da brincadeira

Chamada de “cobra cega”

Com olhos vendados

Se vacilar escorrega

As crianças comiam frutas

Bananas, fruta do conde

Outra brincadeira boa

Era brincar de esconde- esconde

As crianças sumiam

Não se sabe para onde

As brincadeiras antigas

São da nossa tradição

“Batata que passa passa”

Vai passando pela mão

A batata é a bola

O pião gira no chão

Brinquei com o que podia

Na infância fiz o que pude

Os meninos adoravam

Brincar de bola de gude

Minha mãe era bondosa

Ela nunca foi rude

Sei que não falei tudo

Algo faltou relatar

Muitas bonecas de pano

Vi a vovó costurar

Dos sabores da infância

Eu quis hoje relembrar

Sírlia Lima
Enviado por Sírlia Lima em 28/05/2012
Reeditado em 19/02/2024
Código do texto: T3692297
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