A AZARADA DE BLUMENAU

Quis ganhar uma graninha
A moça de Blumenau
De garota de programa
Pôs anuncio no jornal
E pra não ter má fama
Deu o nome de sicrana
Celular novinho e tal

O seu primeiro cliente
Se mostrou interessado
Por um encontro ardente
Em um galpão abandonado
Devia chegar seminua
Deixar a roupa na rua
Antes do ato consumado

Mas azar pouco é bobagem
Vejam só a coincidência
Tanta gente na cidade
Querendo uma indecência
E foi justo o seu marido
O cliente pretendido
Pra primeira experiência

Ao entrar no tal galpão
Imaginem, pois, a cena
O casal de frente a frente
Igual coisa de cinema
E o marido ofendido
Com seu orgulho ferido
Ao ver errado o esquema

Barra de ferro na mão
à esposa perseguiu
Ágil como uma gazela
Muro e portão subiu
Escalou ligeira a tela
Com o corno atrás dela
E assim escapuliu

A tal moça azarada
Tem história pra contar
Não foi a primeira vez
Qu’ela se viu naufragar
Em uma busca que fez
Por um amante devez
Foi justo o pai encontrar

Pode achar que é mentira
Mas aconteceu de verdade
A tal moça azarada
Foi noticia na cidade
Foi até entrevistada
E contou sua empreitada
C’oa maior sinceridade.

Para quem não acredita
Nesta história que contei
Mando junto o recorte
De jornal que encontrei
Contando da sua sorte
(ou do perigo de morte)
Que aqui eu relatei.