A MULHER DESCONFIADA.

Trago a todos os leitores,

Mas um cordel engraçado,

Duvido se aquele que ler,

Não diz que é bem bolado,

Essa engraçada anedota,

Pra todo aquele que gosta,

Passará ter mais cuidado.

Estou falando de um ato,

Chamado pré-julgamento,

Que muitas vezes se faz,

Basta surgir o momento,

Pra essa coisa na verdade,

Tem-se tanta facilidade,

Sem nenhum acanhamento.

Por isso quero contar,

Como isso aconteceu,

Mas não vou falar o santo,

Que tal erro cometeu,

Acho que após a mancada,

A mulher desconfiada,

Alguma coisa aprendeu.

Havia numa cidade,

Uma distinta senhora,

Morando numa mansão,

Em um tal bairro da amora,

Muito rica e bem folgada,

Dessas que a empregada,

Não pode nem dormir fora.

Exigente feito a gota,

Ciumenta pra se acabar,

Passava o dia só falando,

Sem nunca se preocupar,

Bastava a pobre empregada,

Fazer alguma coisa errada,

Que desandava a falar.

Na mansão que ela morava,

Tinha muitos empregados,

Cada função tinha um,

Pra viver sendo mandado,

E um mordomo caseiro,

ETA cabra fuxiqueiro,

O bicho era descarado.

E todos os empregados,

Era ele quem governava,

Distribuía as funções,

Que a patroa ordenava,

Nada escapava a sua vista,

O cara era calculista,

Elétrico não se cansava.

Melina uma empregada,

Morena de anca larga,

Tinha cintura bem feita,

Todo mundo cobiçava,

Vivia sempre cheirosa,

Era mesmo uma rosa,

Quem visse se encantava.

O esposo de sua patroa,

Era um grande executivo,

Um homem observador,

Sujeito de olho vivo,

Sempre ao chegar a casa,

Por Melina perguntava,

E esbanjava um sorriso.

O mordomo quando viu,

Essa atitude do patrão,

Correu, contou a esposa,

Mas aumentou o refrão,

Que a mulher ciumenta,

Soltou fogo pelas ventas,

Que parecia um dragão.

A mulher disse é por isso,

Que quando quero namorar,

Ele diz que esta cansado,

Sem força pra cavalgar,

A sujeitinho pilantra,

Ta é trocando de janta,

Mas isso ele vai pagar.

No outro dia a esposa,

Dispensou a empregada,

Dizendo-lhe tire folga,

Você deve está cansada,

Volte amanhã somente,

Passe o dia com sua gente,

Por hoje ta dispensada.

A empregada se foi,

Como a patroa exigiu,

Pelas portas do fundo,

Cedo da tarde partiu,

E a mulher já preparada,

Disse é hoje camarada,

Que seu barraco caiu.

Justamente nesse dia,

O seu marido atrasou,

Por um engarrafamento,

Que o trânsito provocou,

E já chegou estressado,

Disse hoje to cansado,

Não quero saber de amor.

E assim tramou a mulher,

Quando o marido chegou,

Ela já estava cheirosa,

Mais parecia uma flor,

Uma camisola acetinada,

E a cama perfumada,

Só pra esperar seu amor.

Ela disse meu amor,

Só estava lhe esperando,

Pra gente comemorar,

Os nossos lindos dez anos,

O marido respondeu,

Hum! Meu estômago doeu,

Pro banheiro foi andando.

Então correu a mulher,

Numa grande disparada,

Num instante se deitou,

Na cama da empregada,

Depressa a luz desligou,

De repente alguém entrou,

Olha a confusão formada.

Eram beijos e abraços,

Ai a coisa engrossou,

Partiram pro vamos ver,

Quando a coisa esquentou,

Um vuco, vuco danado,

Parecendo esfomeados,

Olhe a coisa demorou.

Depois do acontecido,

A mulher toda faceira,

Disse consigo eu sabia,

Que ele não tinha canseira,

Agora eu tenho certeza,

Que com minha sutileza,

Descasquei a macaxeira.

Falou então para o homem,

Pensando ser seu marido,

Dizendo não esperavas,

Encontrar-me aqui querido?

Toda eufórica a luz acendeu,

De um susto quase morreu,

Pelo engano cometido.

E agora o que eu faço,

Em tremendo desespero,

Por ter aberto a marmita,

Antes de sentir o cheiro,

Ficou toda embaraçada,

Quando viu que foi papada,

Por seu próprio jardineiro.

O homem que ali estava,

Também se surpreendeu,

Ficou sem entender nada,

Do que foi que aconteceu,

E a mulher toda inibida,

Deixou exposta a comida,

Que o jardineiro comeu.

Levantou-se seminua,

Com as suas roupas na mão,

Adentrando ao banheiro,

Daquela grande mansão,

Vestiu-se e ao quarto voltou,

E o seu marido encontrou,

Roncando sobre o colchão.

Assim termina esse causo,

Então vejam em que dá,

Quando a pessoa maldosa,

Se propõe a pré-julgar,

Com essa atitude errada,

Finda entrando em roubada,

Sem ter de quem reclamar.

É isso mesmo que acontece,

Quando se é apressado,

Sendo apenas uma piada,

Mas deixa a gente alertado,

Pois ao invés de pré-julgar,

Deve-se antes averiguar,

Pra saber se há algo errado.

Cosme B Araujo.

15/06/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 20/06/2012
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