"ETERNAMENTE FIÉIS"
Ontem estive pensando
E olhando pro meu cão.
Ao mesmo tempo dizendo,
Fala pra mim “Isacão”:
Porque são cruéis os homens
Se animais não dão razão?...
Disse-me ele então:
Também não entendo Paulada,
Quanto mais somos fiéis
Mais nós levamos porrada.
Vá lá entender o homem
E sua mente malvada...
Mantemos sua casa guardada,
Dos filhos somos brinquedo,
Não gostamos de fofoca,
Sempre guardamos segredo.
E pra defender nosso dono,
De armas não temos medo...
Pedimos ao nosso dono
Só respeito e carinhos.
Uma raçãozinha qualquer,
E pra descansar, cantinhos.
Mas se nada disso tiver
Agüentaremos caladinhos...
Nem se estamos doentes
Nós somos de reclamar.
E ainda abanamos o rabo
Se conosco vêm brincar.
E se nos deixam morrer,
Nós morremos sem gritar...
O que será os homens pensam?
Que os cães não sente dor?
Como podem imaginar,
Santo Deus, mas que horror.
Nós temos sistema nervoso
E um coração cheio de amor...
Também sentimos saudades,
Do nosso dono querido.
E dentro de uma familia
Não temos um preferido.
Todos pra nós são iguais,
Ainda que seja um bandido...
Solidão? Também sentimos,
E ficamos deprimidos.
Nunca somos orgulhosos
E muito menos metidos.
Desconhecemos o mal
Pra ele não fomos nascidos...
Mas sabe, amigo Paulada,
Nada podemos fazer.
A consciência dos homens,
Será quem vai lhes dizer,
Se estão agindo certo
Assim nos fazendo sofrer...
Ainda bem, temos gente,
Assim como você, meu amigo.
Sempre lutando por nós,
Livrando-nos do perigo,
Mas saiba que agindo assim,
Vai sempre arrumar inimigo...
Mas não deixe de lutar,
Nós, os cães, agradecemos.
E á cada dia que passa,
Mais bem a ti nós queremos.
A Mãe Natureza é bondosa,
E UM DIA NÓS VENCEREMOS...
Assim foi saindo o Isaac,
Nobre cão e amigão,
Que sempre está ao meu lado
E dentro do meu coração.
É um honrado "Dragueiro",
Devoto de São Dragstão!
Finale.