AS MONTANHAS DO MUNDO E DA ALMA

01 Ao contemplar as montanhas

Elevadas sobre o chão,

Vejo nelas os mistérios

E o poder da Criação,

Meus pensamentos perscrutam

A imensa amplidão.

02 Porém meu pensar profundo,

Se perde em densa penumbra,

Pois mesmo eu tendo ciência

A de Deus é mais profunda,

Onde a matéria se perde

E meu espírito afunda!

03 Se as montanhas revelam

Alturas materiais,

Os relevos do espírito,

Revelam mundos abismais,

Onde os segredos existem,

Em mistérios colossais

04 A grandeza que de Deus

Trás à minha mente, luz,

Dá-me de ver nos montes,

Os raios que me induz,

A meditar na santa lei,

Que ao humilde conduz

05 Jesus Cristo, é O rei!

Da pureza do coração,

É Quem, aos sábios dá vida,

E os eleva à amplidão,

Transportando-os das provas,

Á divina imensidão!

06 Se para subir os montes

Canso meu corpo alquebrado,

Para as montanhas da alma,

Me apoio em Seu cajado,

Que segura nas vertentes,

Do mistério e do translado!

07 Deus é a ventura divina

Das glórias de um peregrino,

Que sempre nos altos montes,

Busca ouvir Seu ensino

Onde quer que se encontre

Sente o Seu ser divino!

08 Grandes mistérios encerram

Os relevos da Criação,

Como também há enigmas

Nas entranhas do coração,

Onde o segredo é guardado

No vale da meditação!

09 Senhor! o fraco ser humano!

Queda-se ao admirar,

Quando os pensamentos

Passam a investigar,

O porque dessa existência?

Com montanhas a constar!

10 Também nas flores contemplo

Tuas obras maravilhosas,

São feitas para mostrar

As cores esplendorosas,

Que contém à luz do sol,

Incidindo sobre as rosas!

11 Quem viaja pela terra

Vê de Deus Sua grandeza,

Quer das montanhas às flores

É Dele toda a riqueza!

Onde a glória e a liberdade,

Existem na singeleza!

12 Se elevamos o olhar

Para o sul ou para o norte,

Vemos por entre a bruma

Do horizonte o suporte

Onde a alma deleita,

No mais sublime importe!

13 Oh! quem nos dera!

De nas alturas morar,

Dali daríamos louvores,

Para além do céu passar,

Exaltando o Criador

Pra Sua atenção nos dar!

14 Quantas vezes há apego

Em Tua divina ciência,

Onde encontramos a luz,

Em forma de complacência,

Que embala nossa alma,

Numa sublime cadência!

15 Ah! Senhor, Tu tens feito

Nossa vida acontecer,

Também nas altas montanhas,

Há relevos de saber,

Pra ser usados em louvores,

Dos que estão a viver!

16 Em santíssimas palavras,

Temos nossos pensamentos,

Mesmo vagando entre as provas,

Que abalam os fundamentos,

Mas das alturas cantamos,

Pois de Ti nos vem proventos!

17 Procuramos compreender,

Com precária inteligência,

Toda esta estrutura,

Que tem a Tua regência,

Mas perdemos em labirintos

Com a mente em impaciência!

18 Bem sabemos, ó Senhor

Que nossa divagação,

Não nos leva a um consenso,

Se não haver oração,

Pois Tua santa palavra,

Nos dá essa direção!

19 Vai nossas almas cantando

E nas letras discorrendo,

É parte de nossa glória

Neste tempo entrevendo,

Com montanhas a transpor,

Mas a todas vencendo!

20 Jesus Cristo é a dispensa

Que sempre vem das alturas,

Dele as dádivas celestes,

Para o sábio trás venturas,

E num continuo favor,

Entendemos as Escrituras!

21 A cada alento santo,

Que de Ti vem ao fiel;

É sempre valores nobres

Que entesouramos no céu.

Onde a vida é eterna,

E não há o amargo fel!

22 Vivifica-nos ó Rei,

Com santas meditações,

Nas raias do Seu caminho,

Ouça as orações,

Em Ti temos confiança,

Pra fazer nossas ações.

23 Quantas vezes nos perturbam

As coisas que abala a mente;

São como altas montanhas,

Que se apresentam à frente;

Mas a bondade de Deus,

Limpa nosso consciente!

24 Vamos louvar a Cristo

Ainda que com fraquezas,

Mesmo insensatas obras,

Nesta vida de sutilezas,

Mas contamos com o perdão

Que Dele vem em grandeza!

25 Pelas vertentes da vida

Desce chorando, as almas,

Mas tendo de Deus equilíbrio,

Por termos a fé e a calma.

Enviadas por Jesus Cristo,

Que mantêm-nos em Sua palma!

26 Neste louvor consagrado,

A Cristo, ó grande Rei,

Glorificamos com a alma,

Por crer que há uma lei.

Que não deixa confundido,

Quem pertence à Sua grei!

27 Se nas montanhas, as nuvens,

Roçam os cumes elevados,

Os louvores do meu ser,

Roçam os céus estrelados,

Deles vêm venturas santas

Dispensando-nos cuidados!

28 Nos finais deste cantar,

Vamos a Deus engrandecer,

Usando de nossas lágrimas

Sobre as palavras a conter,

Pois Sua presença santa,

Dá mais vida a cada ser!

29 Vamos louvores ofertando

Ao transpormos as montanhas,

Também cantando poemas

Em nossas batalhas ganhas,

Pois os nossos pensamentos

Vem das celestes entranhas!

30 Com o passar das vias

Pelos vales a serpentear,

Nossas almas não param,

De a Deus glorificr,

Pois um fogo, vem do alto

Pra nossa vida alegrar!

31 Nestes versos a Jesus Cristo

Lembranças perdurarão,

Na alma do poeta eclético,

Que tem a contemplação,

De ver as grandes montanhas

Do tempo e do coração!

32 Quando à tarde o sol

Por entre nuvens ilumina,

Sobre os altos montes há,

Santa luz que vem de cima,

Que ilumina os corações,

Vem de Deus e é divina!

33 Discorre pena, escreve,

Louvores ao grande Deus.

Pois merece receber,

Os pensamentos dos Seus,

Que retribuirá com benções,

Até para os que são ateus!

34 Finalmente cantaremos,

Pela grande complacência,

À nossas almas crianças,

Cristo vai dar preferência.

Se aceitar este louvor,

Nos dará bens em excelência!