ASSIM DIZIA MINHA AVÓ!

No dia 26 de julho

Numa carreira só

Se complete de carinho

Vá visitar a vovó

Faça também um chazinho

E sirva com pão de ló

A avó em nossa vida

Tem importante figura

Criou os nossos pais

E sem perder a ternura

Em uma mulher muito forte

A vovó se configura

Ensinou aos seus filhos

A seguirem seu caminho

Quando eles se casaram

Esvaziaram seu ninho

Sentiram-se abandonados

Desprovidos de carinho

Lembro da vovó

Em minha infância marcada

Que me deixava brincar

Com os amigos na calçada

E mandava-me entrar

Se a hora estava avançada

A minha avó em minha vida

Em muito amor se traduz

Se por ventura eu gripasse

Tinha que tomar mastruz

O tal mastruz com leite

Bom resultado produz

Para expulsar o catarro

A medicação de primeira

Era fazer o lambedor

Com mangará da bananeira

Pense num remédio bom

Cura gripe de primeira

Se um dos netinhos

Sofria com assadura

Nada de comprar remédio

A vovó já tem a cura

Uma trouxinha de goma

Passada com ternura

Para curar o terçol

Mesmo sem passar colírio

Mandava esquentar o dedo

Não sei se era delírio

Ao passar no terçol

Acabava o martírio

Remédios alopáticos

Não usava sem medir

Dor de barriga se cura

Ao tomar um elixir

A receita da vovó

Faz qualquer dor sumir

Para dor e febre

Nada de Tylenol

A vovó acreditava

Em Cibalena e Cibasol

Em ferimento, a penisilina

Não o clorafenicol

Vovó me dizia

Não ande com os pés no chão

Ande com os pés calçados

Doença não entra não

Quando eu estava insegura

Cantava uma canção

Minha avó tinha lições

Não sei de onde foi tirar

Foi lá do dicionário

Mesmo sem consultar

Está impresso em sua alma

A sabedoria popular

Quando ficava parada

Encostada no portal

Menina! Saia da porta

Ficar assim faz mal

Não fique na passagem

Para não contrair um mal

Quando eu ia dormir

Gostava de estar com ela

Enquanto admirava

A lua lá da janela

Embaixo da minha cama

Colocava a chinela

Com a vovó eu tive medo

E também tive coragem

O tal bicho papão

Não pensava ser bobagem

Quando eu ia dormir

Com ele tinha visagem

A vovó me conquistava

Demonstrava o seu carinho

Ensinou-nos nossa rotina

Cuidar-se, andar limpinho

Também nos alimentar

No horário certinho

Existem muitas avós

De jeitos bem diferentes

Existem avós modernas

Outras bem salientes

Querem curtir a vida

para não serem doentes

Porém a vida moderna

Tem um diferencial

A renda da avó

Faz parte do trivial

Ela ajuda a família

Com sua renda mensal

Muitas delas tem arcado

Com uma grande carga

Pois tem mãe imprudente

Que tem filho e o larga

Por isso o coração da avó

De tanto amor se alarga

Vai cuidar do seu netinho

Aquela vida inocente

Mesmo com dificuldades

Considera um presente

Vai fazendo sacrifícios

Que Deus seja clemente

Tem avós que ajudam

Fazem de coração

Enquanto as filhas trabalham

Vão fazendo doação

Dando amor e carinho

E também educação

As vovós são queridas

Na hora da contação

As histórias da vovó

Provocam reflexão

Mexe com o pensar

Com a imaginação

Tem avós chorando

Por causa da insensatez

Abandonam seus velhinhos

Por causa da invalidez

Que humanidade cruel

Porque tanta estupidez?

Muitas avós estão chorando

É verdade vos digo

As vovós estão sofrendo

Definhando em abrigo

Outras vivem na rua

Levam vida de mendigo

Do dia da vovó

Vamos sempre lembrar

Em homenagem a Santana

Vamos reverenciar

A vovó de Jesus

Que ao mundo veio salvar

Peço que de sua avó

Cuide com muito carinho

Deixe a vovó feliz

Acolhida em seu ninho

A felicidade da avó

É amar o seu netinho!