Câmara Cascudo: Guardião da cultura popular

Venho falar deste homem

Que sempre vai nos orgulhar

Do Mestre Câmara Cascudo

Sobre ele vou versar

Deste cidadão do mundo

De caráter exemplar

Vou informar agora

Sobre o seu nascimento

Nasceu em Natal

O Mestre do conhecimento

No Bairro da Ribeira

É o que diz o documento

Mil oitocentos e noventa e oito

Foi o ano do seu nascimento

No dia trinta de dezembro

Deus em seu grande intento

Presenteou o Brasil

Com esse grande rebento

Filho de Francisco Cascudo

Coronel da Guarda Nacional

E de Ana Maria Cascudo

Uma mulher fenomenal

Que deu a Cascudo

Educação primordial

Nascera um menino

Bonito, forte e sisudo

Com belos olhos verdes

O nosso Câmara Cascudo

Gostava muito de ler

Conhecimento é tudo

Nascido na Ribeira

Esse nobre canguleiro

Que divulgou a cultura

Do Brasil ao mundo inteiro

Mostrando a etnia

Do povo brasileiro

Desde que nascera

Já estava em seu destino

Divulgar a cultura

Ele fez desde menino

Deixou de ser aluno

Para ministrar o ensino

O destino de Cascudo

Já estava determinado

Que seria importante

Viu-se desde o batizado

Pelo Padre João Maria

Fora ele abençoado

Esse padre quase Santo

Pelo povo acreditado

Fazem a ele mil promessas

Muitos têm alcançado

A fé do povo contagia

O povo tem consagrado

Nasceu em berço de cultura

O pequeno infante

Do Colégio Atheneu

Fora ele estudante

De lá também foi Diretor

Que carreira edificante

Fez Direito em Pernambuco

Fora ele diplomado

Tendo vindo a Natal

Já como concursado

Para o conhecimento

Ele foi predestinado

Foi Secretário de Justiça

Aqui em nosso estado

Como etnógrafo

Sentiu-se realizado

Resgatando a cultura

Que tinha se dispersado

Da UFRN

Ele foi professor

Foi Consultor Jurídico

E até Comendador

Dirigia um Jornal

E também era escritor

Em “Viajando o sertão”

Ele relata a aridez

Nas trilhas nordestinas

Os caminhos que ele fez

Para resgatar a cultura

Para que o povo tenha vez

Cascudo gostava de povo

De gente, etnia

Gostava de escrever

A vida, a biografia

A história do povo

Para ter soberania

Este homem culto

De espírito libertário

Além de escritor

Foi crítico literário

Também foi cronista

Foi o seu itinerário

Nosso Câmara Cascudo

Sempre foi grande ativista

Bebeu nas fontes da cultura

Tornou-se folclorista

Visitou muitos lugares

A se perder de vista

Dos costumes do povo

Foi grande pesquisador

Guardião das tradições

Foi multiplicador

Compartilhando cultura

Sempre foi motivador

Para ele o Folclore

Sempre motiva

Mesmo sendo tradição

Também é cultura viva

O povo tem a missão

De mantê-la sempre ativa

Sempre foi divulgador

Esse nosso menestrel

Difundiu a cultura

Sempre fez esse papel

Ele também resgatou

A cultura do cordel

Que é veículo de cultura

Oralidade a granel

Contada pelo povo

Ou em folhetos de papel

Circula pelo mundo

Como gira o carrossel

Tem a alma do povo

Esse homem estradeiro

Seu estudo seu orgulho

Era o povo brasileiro

No resgate da cultura

Ele foi o pioneiro

No baú da cultura

Ele mergulhou bem fundo

Buscou muitos saberes

Do povo oriundo

Ele é considerado

Um cidadão do mundo

Falei de Cascudo

Este homem de valor

Folclorista, etnólogo

Sociólogo, Historiador

Dos causos do povo

Foi grande pesquisador

Enquanto poeta

Deixo a contribuição

Para falar sobre Cascudo

Mestre da Tradição

Tinha a cultura do povo

Na palma de sua mão