AS PROFESSORAS DA MATA - 10 Anos Mont. - c 30
01 Depois da cena da cobra
Naquela corda enrolando
Na tela de minha vida
A luz foi clareando
Meu passado mais distante
Apareceu num horizonte
Como névoa passando
02 Me vi sendo um menino
Perdido em uma mata
O dia estava acabando
A noite vinha sem falta
Eu estava atribulado
Não sabia pra que lado
Sair daquela ribalta
03 A escuridão chegou
Sem ter dó nem piedade
Meus olhos nada viam
Pois não havia claridade
No momento de aflição
Em meio à escuridão
Tive medo de verdade
04 Me lembrava que eu fora
Para a montanha dos Rosas
Onde às bordas havia
Aquelas matas sombrosas
Mas mesmo sendo ela densa
Eu quis sentir a essência
Das flores misteriosas
05 Mas me dei mal, porém
Com aquela aventura
Pois assim que adentrei
Pela natureza pura
Tive grande confusão
Ficando sem direção
Pra sair daquela agrura.
06 Na tela que eu via ali
Me lembrei com veracidade
Do dia que eu vivi
Aquela temeridade
Em meio à mata pernoitei
Uma noite ali passei
Foi uma realidade
07 Somente no outro dia
Quando o sol quase a raiar
Foi que vi onde eu estivera
Aquela noite a passar
Ao pé de uma gameleira
Bela árvore altaneira
Que esteva a me abrigar
08 Me lembrava do ocorrido
Num tempo que longe ia
Eu contava com onze anos
Mas o fato ali eu via
Quando me encontrei perdido
Na mata que eu tinha ido
Pra voltar no mesmo dia
09 Vi mais fatos ocorrer
Naquele dia vivido
Quando já na claridade
Segui um rumo escolhido
Onde encontrei uma casa
Que alguém dela cuidava
Pois tinha um quintal varrido
10 A porta estava fechada
Porém à minha batida
Saiu uma bela jovem
Tendo uma trança comprida
Atendeu-me admirada
Por me ver de madrugada
Naquela mata esquecida
11 Ali eu fiquei sabendo
Que era uma professora
Morava com sua irmã
Que também era instrutora
Residiam em tal palhoça
Para cuidarem da roça
De milho eram produtoras
12 Das lembranças projetadas
Na tela de minhas lidas
As professoras da montanha
Em minha mente estão vivas
Pois escrevi a história
Para ficar em memória
Dos passos de minha vida