O PAI DA POLITICAGEM É O PRÓPRIO SATANÁS.

O PAI DA POLITICAGEM

É O PRÓPRIO SATANÁS.

Poeta Zé Lucena.

I

Ó Santo Deus de Justiça

E Perfeito em equidade

Esparge hoje em meu ser

Um raio de claridade

Para que meu verso seja

Ao longo desta peleja

Uma espada de verdade

II

Como um lazer flamejante

Pra fundir os elementos

Das cadeias do espírito

No mundo dos pensamentos

Escancarando as porteiras

Extinguindo as fronteiras

Real fonte dos tormentos

III

Dessa massa levedada

Feito um bagaço de trigo

Deitada numa gamela

Sem conhecer o perigo

De uma manipulação

Que lhe traz fermentação

Para estragar seu artigo

IV

Mudando toda estrutura

De caráter e consciência

De um povo sem malicia

Tangido pela “ciência”

Do “pai” da politicagem

Com seu marketing, pilantragem

Leva o mundo a decadência

V

Jogando com os sentimentos

De uma população

Instigada pela mídia

Faz um justo de ladrão

E dum ladrão faz um justo

Como fazia o Procusto

No leito da adequação

VI

Tando essa força voraz

Nas mãos de politiqueiro

Qualquer um chega ao poder

Basta que tenha dinheiro

Pra mudar sua aparência

Pelas mãos da competência

De um escroque marketeiro

VII

Que faz noite virar dia

Pato dormir em puleiro

Urubu virar canário

Em um céu de brigadeiro

Gato, macaco e cachorro

Fazer comício num morro

Juntos como um companheiro

VIII

Faz bode dançar na chuva

Raposa beijar galinha

Num gesto de amizade

Como se fosse à vizinha

Alisando as suas penas

Sorrindo como as hienas

Chamando de amiguinha

IX

Pode ser hilariante

Essa minha Ilustração

Olhando só de relance

Numa singela visão

Mas aqui tem um mistério

Pois o caso é muito sério

Merecendo a atenção

X

Dos que tem o compromisso

De lutar pela verdade

Como faz um cidadão

Em sua comunidade

Promovendo o bem comum

Pra todos sejam um

No plano da igualdade

XI

Dos que clamam por justiça

Por respeito ao seu irmão

Dos preceitos elencados

Pela constituição

Em prol da democracia

Nossa maior garantia

Pra o povo ser cidadão

XII

Dos que choram a miséria

Dos pobres desempregados

Das crianças delinqüentes

Dos humildes favelados

Que sofrem a agonia

Sem o pão de cada dia

Por que são espoliados

XIII

Eu fico angustiado

Vendo o povo soberano

Oprimido como escravo

No chicote dum tirano

Trabalhando por ração

Puxa o carro do patrão

Atrelado no engano

XIV

Para o mundo eu sou profano

Mas vivo de avental

Forjando numa oficina

Um precioso metal

Burilando a pedra bruta

Combatendo nessa luta

Contra o império do mal

XV

Do espectro que permeia

A mente e os corações

Que alicia os povos

Por seguidas gerações

Invertendo seus valores

Promovendo seus terrores

E arrasando as nações

XVI

Diante desse cenário

Pensei em contribuir

Com meu próximo “viajante”

Antes que eu venha partir

Deixarei numa cartilha

Alguns versos como trilha

Para quem quiser seguir

XVII

Servirá como um escudo

Nessa luta desigual

Dum inimigo sem rosto

Contra um homem natural

Que atingido não sente

Quando é ferido na mente

Por um veneno letal

XVIII

Mais ativo que o antraz

Ou a velha estiquinina

Pelo efeito irradiante

Quando um homem contamina

Muda seu metabolismo

Aguça seu egoísmo

Pois o poder lhes fascina

XIX

Logo busca a qualquer preço

Montar uma dinastia

Recorrendo ao nepotismo

Ferindo a democracia

Corrompendo as multidões

Nos tempos das eleições

Com a sua oligarquia

XX

Pondo em prática as lições

Do “mestre” Maquiavel

Que instrui a muitos “príncipes”

Quando ele verte o seu fel

Doutrinando sem receios

“que os fins justificam os meios”

Mesmo que seja um cruel

XXI

Desse modo vem agindo

Os “modernos” governantes

Contaminados na gosma

Exploram seus semelhantes

Pelos métodos apreendidos

São os piores bandidos

Dentre os mais vis meliantes

XXII

Pois esbulham as consciências

De uma coletividade

Que confia o seu destino

Nas mãos dessa autoridade

Que lhes trai a confiança

Lhes roubando a esperança

O sonho, a dignidade

XXIII

Faz do homem um “assum” preto

Fura os “zois” e o deixa “sorto”

Para nunca mais “voar”

Aos altos galhos do “horto”

Nem cantar nas alvoradas

No final da madrugada

Não gozará do conforto

XXIV

Pois só come das rações

Do porco pai do chiqueiro

Que está encarcerado

Nas estremas do terreiro

Selado está seu destino

Matadouro clandestino

Como um preto num negreiro

XXV

Cruzando um grande oceano

Nos porões acorrentados

Logo mais serão vendidos

Pelo preço dos mercados

Ditado pelo patrão

Que impõe a cotação

Daqueles que estão marcados

XXVI

Pelo sinal do seu ferro

Vivem na hostilidade

Do verdadeiro inimigo

De toda a humanidade

Que tem a cruel missão

Promover rebelião

Pela animosidade

XXVII

Razão de toda desgraça

Fome, guerra e violência

Entre seres semelhantes

Vitimas de uma pestilência

Do germe tendencioso

Partidário fervoroso

De toda maledicência

XXVIII

Presente nos movimentos

Que culmina em confusão

Tumultos beligerantes

Ciumeira e traição

Pois é formado em cinismo

E ao maquiavelismo

Ministrou toda lição

XXIX

Treinou todos seus asseclas

Em muitas atividades

Graduando-os em astúcia

Mostrando as facilidades

Para se enganar o povo

Não precisa nada novo

Bastam-lhe as vaidades

XXX

Usem da combinação

Mentira com ceticismo

Misture a emulação

Com lascívia e erotismo

Bebedice e a porfia

Com muita feitiçaria

Obtém-se o sincretismo

XXXI

Esta é a vil maneira

E modo de atuação

De o caudilho penetrar

No seio da multidão

Pois não tem cheiro ou sabor

Textura ruído ou cor

Para chamar a atenção

XXXII

Passa assim despercebido

Aos sentidos naturais

Dos homens epidermáticos

Que agem como animais

Presos nos cinco sentidos

Só reagem combalidos

Pelos impulsos carnais

XXXIII

Esquecendo os verdadeiros

Que auxiliam a razão

Combatendo o casuísmo

Que causa a destruição

Contaminado as pessoas

Que na essência são boas

Mas não usam a proteção

XXXIV

Que temos como blindagem

Contra todo encantamento

Que aflui das vaidades

Usadas como instrumento

Do espectro implacável

Predador insaciável

Dos frutos do pensamento

XXXV

Por não ver das frestas a Luz

Vive o homem em trevas densa

Na caverna da ilusão

Oprimido ele não pensa

Fica cego e enlouquece

Seu próprio nome ele esquece

Quando a tortura é intensa

XXXVI

Pois o carrasco opressor

Sem que possam perceber

Anda acavalo no homem

Mas nem ele pode o ver

Perdeu a percepção

Não tem a intuição

Real sentido do ser

XXXVII

Que amplia os horizontes

Das barreiras naturais

Dessa visão embaçada

Que tem os homens mortais

Turvadas pelo engano

Do veneno do tirano

Que feriu seus ancestrais

XXXVIII

Dele sim provém à causa

Pro homem, a conseqüência

Tendo sido assediado

Ganhou a maledicência

Para cumprir seu intento

Num “livre” convencimento

Dado a sua imprudência

XXXIX

Negligencia e imperícia

Fez-se o homem assim culpado

Por ter sido conivente

Com o verme inominado

Tendo aceitado o projeto

Desse infeliz arquiteto

Quando foi aliciado.

XL

Muitos vultos na história

Tornaram-se hospedeiros

Quais casulos encubando

Seus soldados, ou obreiros

Nas seitas ditas secretas

De maneira bem discreta

Brotarão seus mensageiros

XLI

No meio dos seguimentos

Que forma a população

Surgirão muitos “laranjas”

Fazendo a baldeação

Pelos canais da cultura

Esporte, literatura

Política e religião

XLII

Por meio dessas vertentes

Logo a sociedade

Com os seus embaixadores

Vem o vírus da maldade

Que contamina e destrói

Os bons costumes corrói

Com a imoralidade

XLIII

O Direito e a Justiça

A paz e a liberdade

O sossego no seu lar

O gozo, a fraternidade

Dos vizinhos a harmonia

Restarão em agonia

Sendo vítima da ruindade

XLIV

Desse biltre ardiloso

Que tem gerado a descrença

Parindo a politicagem

Promovendo desavença

Com essa prática antiga

Fez doutorado em intriga

Com estágio na imprensa

XLV

Sendo o seu fiel patrono

Desbancando Gutenbergue

Por auto proclamação

Pela bandeira que ergue

Predominando o marrom

Pois narrando dar o tom

Quem for forte não se envergue

XLVI

Lembrei-me dum gazeteiro

Um “bicho” escrevinhador

Duma província altaneira

Abaixo do equador

Perdida nos cafundó

Chamada de Mossoró

Numa Olivette a vapor

XLVII

Quando martelava um texto

“Cheinho” de ironia

Bombeando um wiskisito

Pela coluna dizia

“Se isso não fosse trágico

Como a morte de um mágico

Muito cômico ele seria”

XLVIII

Eu concordo plenamente

Com o velho Gazeteiro

Contemplando as estultícias

Desse biltre prezepeiro

Que faz dum homem menino

Dançar como um bailarino

Xaxados de cangaceiro

XLIX

Faz homem “virar” mulher

E mulher virar machão

Contrariando os princípios

Do Autor da criação

Homem mijando de “coca”

Mulher jogando biloca

Sem corpete e de calção

L

Seria muito engraçado

Se não fosse uma tragédia

Um homem enlouquecido

Puxado por uma rédia

Como se fosse um jumento

Coiceando contra o vento

É de fato uma comédia

LI

De um roteiro macabro

Onde o homem é o ator

Protagonista das cenas

De desespero e terror

De escárnio e violência

Nas ações de insolência

Desse infame diretor

LII

Que corrompe as estruturas

Do mais perfeito organismo

Dirigidos pelos homens

Com o fisiologismo

Outra grande ferramenta

Que qualquer porta arrebenta

Aguçando o egoísmo

LIII

Esse elemento nocivo

Que tem um milhão de nome

Dependendo da cultura

Ou do grau do seu vexame

Pode se chamar,“tinhoso”

Birifuto, ou asqueroso

Bafomé, unha de fome

LIV

Dragão de sete cabeças

Bode velho marreteiro

Carcará sanguinolento

Preto velho do terreiro

Nas ações de rapinagem

De caburé de garagem

velhaco politiqueiro

LV

Como o próprio satanás

Revestido em Balaão

Comandando as campanhas

Num ano de eleição

Recrutando “sua” gente

De maneira competente

Para servir ao “patrão”

LVI

É assim que funciona

Todo esse emaranhado

Se o povo fosse atento

Não seria engabelado

Com a mesquinha ilusão

Sem trocar voto por pão

Jamais seria aviltado

LVII

Pelos seus representantes

Nem pelo o representado

O poderoso “chefão”

Seria desmascarado

Mudando de posição

O povo sendo o patrão

Com o “bicho” encabrestado

LVIII

Isso não é impossível

Alguns homens vislumbraram

A grandeza de um estado

Que outros ignoraram

Aquela feliz visão

Concebida por Platão

Seus projetos rejeitaram

LIX

Duma perfeita Rés pública

Com o poder originário

Pelo povo para o povo

Um do outro solidário

Com respeito e tolerância

Com justiça e sem ganância

Nos proventos do erário

LX

Não sou um visionário

Sou um poeta altruísta

Que mesmo fechando os olhos

Muito longe ainda avista

Podendo antes prever

Em qual dia vai chover

Num simples golpe de vista.

LXI

Agora ó pai das luzes

Faz de mim um lampião

Um pirilampo que brilha

Nessa imensa escuridão

Para iluminar o povo

Alforriando de novo

Essa nossa geração

LXII

Tão perversa e aviltante

Quanto a negra do passado

Que massacrava uma raça

Por ter um tom bronzeado

Tinham como inferior

Em virtude dessa cor

Logo era escravizado

LXIII

Salvo as raras exceções

Com os sexagenários

Os da lei do ventre livre

E um poucos refratários

Hoje engloba toda gente

Rico, pobre ou indigente

São escravos sectários

LXIV

Sem cadeias aparentes

Para os olhos naturais

Como eu já dei um toque

Porem, nunca é demais

Para lhes fazer patentes

Estando ainda latentes

Para os meus irmãos carnais

LXV

Enquanto aguardo o retorno

Do meu Filosofo Rei

Vou cumprindo esta missão

Pois em breve partirei

Pra o Reino do seu Amor

Cheio de glória e louvor

Juntinho da sua Grei.

LXVI

Procurei ser coerente

Nesta breve narração

Sabendo que as atitudes

Tem sempre uma projeção

No mundo dos ideais

Para se tornar reais

Depende só duma ação

LXVII

Para abrir uma prisão

A verdade é uma chave

As mentiras são algemas

O medo, uma falta grave

A língua é faca peixeira

Calunia é flecha ligeira

Que derruba a pobre ave.

LXVIII

Sem querer ser redundante

É verdade, eu posso ver

O futuro das nações

Que ignoram o “tal” ser

Sendo um homem “navegante”

Seu futuro é degradante!

Está claro, podes crer!!!

Fim.

José Lucena de Mossoró
Enviado por José Lucena de Mossoró em 13/09/2012
Código do texto: T3880543
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