* Voo sublime *

A águia empurra gentilmente seus filhotes

Para a beirada do ninho.

Seu coração maternal se acelera

Cheia de emoções e carinho.

Entre as emoções conflitantes

Ao mesmo tempo importantes

Para aprenderem viver sozinhos.

Sente a resistência dos filhos

Aos seus persistentes cutucões.

Para a emoção de voar

Existem outras decisões.

Começa com o medo de cair

Se por acaso não conseguir

Como acontece a gerações.

Seu ninho sempre fica localizado

No alto de um pico rochoso.

Com fendas protetoras de um lado

Do outro um abismo tenebroso.

Apesar do medo que o filhote sentia

A águia mãe com firmeza sabia.

Que era um momento valioso.

Sua missão maternal

Estava prestes a se completar.

Restava ainda uma tarefa final

A coragem para empurrar.

Mas sua sabedoria interior

Mandava-a fazer isso por amor

Precisavam aprender a voar.

Enquanto não descobrissem suas asas

Não saberiam o propósito de sua vida.

Não compreenderiam o privilégio de serem águias

Sua mãe já estava decidida.

Seu empurrão era o maior presente

Que ela lhes oferecia contente.

Seu amor era imenso e sem medida.

Precisava urgentemente empurrá-los

Era seu supremo ato de amor.

Então um a um decidida

Imediatamente os precipitou.

Fizeram o seu voo primeiro

Não caíram no despenhadeiro

A vida de águia apenas se iniciou.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 16/09/2012
Reeditado em 16/09/2012
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