Alguém conhece mesmo alguém?

Essa cabeça é uma selva

Difícil de desbravar

Suas feras, seus insetos

Os espinhos do lugar

São armas de tiro incerto

Quando menos se esperar

É universo que a vista

Alcança e pensa que viu

Dimensões que não se explica

Ou que nos escapuliu

E a técnica que se aplica

Tão moderna e não serviu

Mesmo assim a gente arrisca

Garantindo que conhece

Mergulha a toda e nem pisca

Declive escuro sem prece

De vez em quando se trisca

Num monstro do lago Ness

Nessa lúdica loteria

Sonho de felicidade

Motivação que previa

Sem procurar de verdade

Uma pura sintonia

Pra evitar temeridades

Certamente o que se fala

Nesse monólogo em verso

Serve também para a ala

De quem se reporta, ao anverso

Porque sonho não tem lado

E o assunto é controverso