Ano do Brasil em Portugal, uma viagem em Cordel

Graças a Lusofonia

Que nos une peles laços

Da Cultura e da Língua

Nos abrindo os espaços

Para o desenvolvimento,

E aí o conhecimento

É a tônica da história

Que ora conta a vocês

Que a 5 séculos se fez

Presente em nossa memória.

Fui levado em caravelas

Pelos colonizadores

Há mais de 500 anos

Buscando novos leitores.

Tornei-me então pioneiro,

No Nordeste Brasileiro

Vou cumprindo o meu papel

De entreter e educar.

Permita-me apresentar:

O meu nome é CORDEL.

Vim rever os meus patrícios

Nessas terras lusitanas.

Minha ida foi difícil,

Demorou várias semanas

Navegando em alto mar

Para, enfim, poder chegar

Às Terras Tupiniquins,

Mas logo me adaptei,

Ganhei cores, me enfeitei,

Cresci naqueles confins.

Hoje volto a Portugal,

A minha origem fiel,

Não mais pendurado em Cordas

(Daí, o nome Cordel).

Vim contar a minha história,

Refazer a trajetória,

Só que no sentido inverso.

Como tudo se renova

Eu voltei de cara nova,

Mais dinâmico e mais diverso.

Estou sempre em evidência,

Nunca fico obsoleto.

Por ser muito folheado

Ganhei nome de Folheto.

Também a Xilogravura

Nas histórias de Bravura,

Romance e Assombração.

Eu estou sempre presente,

E usam-me principalmente

Pra fazer educação.

Nas escolas sou bem-vindo,

Até no meio acadêmico.

Sou usado com frequência

Pra narrar tema polêmico.

Já fui tema de novela,

Desfilei na passarela

Lá no Rio de Janeiro,

Reinei na Sapucaí,

E boas notas consegui

Pra Acadêmicos do Salgueiro.

De origem Greco-Romana,

Época dos conquistadores,

Eu nasci entre os castelos

Na Lira dos trovadores.

Alegrei Reis e Rainhas,

Príncipes e princesinhas,

Felícios e Saxões.

Por meio da oralidade

Cheguei à modernidade

Através das gerações.

Já no Século XVI

Cheguei a Península Ibérica,

Entre Espanha e Portugal,

Depois conquistei a América,

Precisamente a do Sul,

Onde o céu é mais azul

E o mar é da cor de anil.

Ao aportar na Bahia,

Mais tarde, conquistaria

O restante do Brasil.

Foi Pedro Álvares Cabral

Quem me levou de carona

Em sua frota real,

Que a história menciona.

Cheguei sem fazer alarde,

E só três séculos mais tarde

Encontrei meu precursor

Em Pombal, na Paraíba,

Que foi de sertão à riba

Difundindo o meu valor:

Leandro Gomes de Barros,

Foi esse o "cabra da peste",

Que me fez ser conhecido

Pelo povo do Nordeste.

João Martins de Athaíde,

Que com Leandro divide

A história como herança,

Patativa do Assaré,

Que estudado agora é

Em Sorbonne, lá na França.

Eu sou de origem nobre,

Quem pesquisa sabe disso,

E só nega o meu valor

Quem for rude ou omisso.

E para quem não sabia,

Tenho até Academia,

Fique sabendo você.

Fundada por um vassalo,

De cognome Gonçalo,

Eu sou da ABLC.

A minha Sede é no Rio,

Onde o Cristo Redentor

Está de braços abertos

Para receber quem for

Me fazer uma visita.

A minha sede é bonita,

No Bairro Santa Tereza,

Rua Leopoldo Fróes,

37, logo após

A Lapa, outra beleza.

Não podia estar ausente

Nesse ano especial

Em que mostra-se a cultura

Do Brasil em Portugal.

Passei por muitos países,

Mas aqui deixei raízes,

Duvido ter quem conteste.

Se não ocupo esse espaço

Ia faltar um pedaço

Do Brasil, o meu Nordeste.

Os três elementos básicos

Para minha construção

Explico pra quem não sabe:

Métrica, Rima e Oração.

A métrica é a quantidade

De sílabas que na verdade

Significa medida.

A rima tá pro fonema,

A oração é o tema

De uma estrofe concluída.

Mas isso é outra história,

Está mais para didática.

Tem até curso específico,

De teoria e de prática.

Aí são outros "500

Anos" de ensinamentos

Para as gerações futuras.

Peço ao público fiel:

Aplausos para o Cordel,

Pai de todas as Culturas!

Tião Simpatia
Enviado por Tião Simpatia em 20/11/2012
Código do texto: T3995424
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