AO CERRADO.

Deitado em minha cama ouvi,

Com letras e som de terror,

Um grito gutural e rasgado,

Gritando aos homens de amor.

O grito misturado nos ares ,

A todos ouvidos atingia ,

Os anjos em grupos aclamavam,

Ao som de uma ave maria ,

O grito de socorro , estridente,

Do cerrado brasileiro surgia,

Um grito de lutas e vitórias ,

De desejo de respeito geral,

Contra a maldade do homem boçal.

Gramíneas e arbustos retorcidos,

Ceifados pela foice afiada e fria,

Espaços elásticos sediam,

Verdejantes pastagens formavam ,

O gado nos pastos mugiam

Do rumem o capim remoído,

O metano ao ar difundia ,

Nos fornos de barro batido,

A fumaça na chaminé esvai ,

Os sonhos cozidos nos fornos,

Uma dor em meu peito cozia,

O carvão que eu via no monte,

Um ardor em meus olhos batia,

Por saber que a biodiversidade,

Com o manto cerrado sumia.

Os Deuses do verde bradando,

Sobre os boçais homens investiam,

Aniquilando-os com poder supremo,

As extensas pastagens cobriam,

Com o cerrado nativo e pardo,

O quadro pintado por Deus resurgia.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 10/12/2012
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