CORRENDO AO VENTO - C 33 - Dez anos numa montanha

01 Das figuras projetadas

Pelo jovem fenomenal

Vi meu pai e eu correndo

Em meio a um vendaval

Surgido em tempestade

Com relâmpagos a vontade

E saraiva sem igual

02 Até as pedras de gelo

Eu podia contemplar

Pois do céu caía as tantas

Foi coisa de arrepiar

Meu chapéu foi destruído

Pelo vendo foi banido

Nunca mais pude encontrar

03 Para encontrarmos abrigo

Pegamos uma direção

Que nos levava à sede

Onde tinha um barracão

Porém até lá chegarmos

Para nele nós entramos

Tivemos tribulação!

04 Foi um fato alucinante

Aquele acontecimento

Porém eu já me esquecera

Do grande padecimento

Porém na tela eu via

Como se fosse no dia

Do terrível advento.

05 Num retrocesso dos fatos

Daquela anomalia

Digo que meu pai e eu

Labutava aquele dia

Numa roçada de pasto

Com foice de gume gasto

Mas cortava que valia!

06 Por volta das quatro horas

Já na tarde a declinar

Formou-se um nuvem densa

Com a chuva a derramar

Mas virou um furacão

Com coriscos de montão

Foi coisa de arrepiar!

07 Eu via ali na tela

Até a nossa barraca

Que debaixo de uma árvore

Estava boa e intacta

Mas o vento a levou

No rumo que ele tomou

Desapareceu na taca

08 Vi a real projeção

De um fato esquecido

Porém na tela do tempo

Recordei do ocorrido

Me lembrei que eu sofri

Um ferimento senti

Por uma a pedra atingido.

09 Mesmo sendo ela de gelo

Mas tinha enorme tamanho

Bateu em minha cabeça

E tive um galo de ganho

Pois estava sem o chapéu

Que voara para o céu

Pelo vendaval estranho!

10 Na tela vi quando entramos

Dentro do barracão

Onde barulho de chuva

Parecia mil trovão

Pois a saraiva caía

Até telhas ela partia

Pela precipitação!

11 Da história me lembrei

Com muita admiração

Como podia acontecer

A, tão fiel projeção

Só podia ser um sonho

Revivido e bisonho

Como sendo assombração!

12 Naquelas cenas dispostas

A mudança continuava

Na tela, o projetor

Sua luz mais atuava

Dentro daquela montanha

Mostrando minhas façanhas

Meu passado revelava!