Educação Infantil: Desabafos em versos e rimas

Houve lá no SINTE

Dia 17 de abril

Uma Assembléia

Da Educação infantil

Essa classe que orgulha

A sociedade civil

Porém lá na Assembleia

Não gostei do enredo

Não tivemos avanço

Pra ninguém é segredo

Eu falo a verdade

Por isso não sinto medo

Nossa categoria

Está angustiada

O SINTE diz que tenta

Que a SME é provocada

Sinto que para a educação

A porteira está fechada

O SINTE vai à luta

Eu sei que não é mutreta

Alegam não ter

O poder da tal caneta

Devo alertar que não somos

Jogo de pega vareta

Caros educadores

Endurecer eu proponho

Concordo com o que diz

O nosso colega Tonho

Sou a ele solidária

Nesse causo tristonho

Vivemos angustiados

Num sofrimento medonho

E ninguém se preocupa

Até acha enfadonho

Eu não desisto de lutar

Por esse grande sonho

A categoria denuncia

O tratamento hostil

Dado aos servidores

Da Educação Infantil

Acho isto vergonhoso

Uma atitude senil

Para a minha surpresa

Depois de tanta vivência

Ouvimos um comentário

Vindo de Vicência

Ela não sabe o que diz

Tenha santa paciência

Veja só o comentário

Que se propôs a fazer

Que estávamos aborrecidos

Pelo fato de perder

O cargo de gestor

Eu quase não pude crer

Minha cara Vicência

Por favor, não me zomba

Digo que nos livramos

Foi de uma grande bomba

Mesmo assim sobressaímos

Quem é esperto não tomba

Quando fui gestora

Tudo fiz para humanizar

Dentro do possível

E do bolso fui tirar

Comprando provimentos

Que viviam a faltar

Não importa se o gestor

É pássaro ou borboleta

Fui muito competente

E contei na ampulheta

O dia do livramento

Anotei na caderneta

Ao sair da gestão

Venho aqui protestar

Não pudemos voltar

Para o nosso antigo lugar

Nossa turma de origem

Não pudemos retomar

Os gestores desprenderam

Muita dedicação

O retorno foi o desprezo

Falta de consideração

São as mentes que atuam

Em nossa educação

Eu fiquei pensando

Qual o mal eu tinha feito

Se de gozar as minhas férias

Nem mesmo tive direito

A Educação Infantil

Ainda sofre preconceito

Está pensando que acabou?

Ainda tem outra parada

No pagamento das férias

A conta veio errada

Não sei se foi proposital

Eu fiquei decepcionada

Quando estou insatisfeita

Eu protesto não me calo

Os educadores não têm direito

A um pequeno intervalo

Trabalhamos como máquinas

E no cordel eu venho e falo!

Não queremos encrenca

Nem radicalizar

Observem as Leis

E parem de burlar

Educador é esperto

Não se deixa enganar

Conclamo ao Ministério Público

E a sociedade civil

Para apoiar a causa

Da Educação Infantil

Assim haverá sonhos

E não enganos mil

Pedimos socorro

Pois a educação decliva

Estamos agonizando

Como uma nau à deriva

Somos quase náufragos

Essa é a expectativa

A inflação já chegou

E não temos aumentos

Nem mudança de padrão

São tantos constrangimentos

Nem tempo para planejar

Muitos são os lamentos

Já está na hora crescer

Vamos dar a largada

Evitem atos desumanos

Sala superlotada

Assim vou agradecer

E vou ficar encantada

A tal unificação

Nós iremos aceitar

Sem cláusulas escondidas

Ou dúbias de interpretar

Se for pelo progresso

Nós iremos acatar

Só mais uma coisa

Que eu venho colocar

Nós já estamos cansados

De tanto esperar

Já chegou a hora

Do nosso bonde andar

Sírlia Lima
Enviado por Sírlia Lima em 14/05/2013
Código do texto: T4289985
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