Um sapato cor de sonhos/ Sirlia Lima

Pedrinho era um menino

Feliz e bem tratado

Era introspectivo

Vivia muito calado

Mas, sua mente vibrava

E criava um bocado

Na vida desta criança

A arte pulsava na veia

Como aranha que tece

Que constrói sua teia

Pintava ao acordar

Até na hora da ceia

Pedrinho estava crescendo

Gostava de jogar bola

Gostava muito de livros

Queria ir à escola

Levava pincéis e tintas

Dentro de sua sacola

Pedrinho foi contente

Todo entusiasmado

Sonhava que a escola

Fosse um lugar encantado

Porém tomou um susto

E sentiu-se frustrado

Pedrinho não gostou

Daquela ambientação

Não achou criativo

Não sentiu emoção

Bateu logo uma tristeza

Em seu pequeno coração

A professora perguntou

De um jeito desengonçado

Menino abra a boca!

Por que estás tão calado?

Ou será que és mudo

E eu não tinha notado?

O menino ficou verde

Pálido, sem cor

Isso não é atitude

De um bom professor

Ao invés de ajudar

Quis logo tocar terror

Ao chegar a casa

Para o quarto ele correu

A sua mãe perguntara

O que foi que sucedeu?

Pedrinho não quis falar

Muito triste adormeceu

O menino dormia

No sonho era feliz

Sonhava com a natureza

Brincava no chafariz

Na escola sentiu medo

Viu que estava por um triz

No dia seguinte

Pedro não quis ir à escola

A mãe procurou saber

Porque é que ele se isola

Não sente mais alegria

Nem por tinta, nem por bola

Preocupada, a mãe de Pedro

Procurou a direção

Porque é que seu filho

Perdeu a animação

Não quer vir à escola

Qual foi a frustração?

Atordoado Pedrinho

Só pensava em dormir

Não queria acordar

Sem querer para a escola ir

Ele tinha que estudar

Precisava interagir

Ao ouvir o relato

Dessa história de terror

A diretora resolveu

Vais ter outro professor

Não posso admitir

Que a criança sofra horror

Pedrinho mesmo cismado

Decidiu logo enfrentar

Conhecer a professora

Com quem ia estudar

Estava com esperança

Que as coisas fossem mudar

A professora sorridente

Disse: Olá Pedro sou Alda

Se quiser viajar no cometa

O segure pela cauda

Comigo não tem estresse

Aqui você se esbalda

Com a nova Professora

Pedro se entusiasmou

Nesta sala aconchegante

Sua arte desabrochou

Descobriu um novo mundo

Que para ele se criou

Ninguém mais via o menino

Todo triste, ofegante

Via-se a criança alegre

Um eterno brincante

Professor não pode ser

Nem ditador, nem pedante

Pedro e seus amigos

Viviam a imaginar

Compartilhando ideias

No espaço do brincar

Uma fábrica de sonhos

A escola é o lugar

Pedrinho usava um sapato

Colorido e bem usado

Havia pingos de tinta

Um colorido caprichado

Colocou-o no pé

Não podia ficar parado

Os seus passos eram firmes

Era alegre e não tristonho

Alda vem comigo

Um passeio eu proponho

Vem conhecer o universo

Com meu sapato cor de sonho

Sírlia Lima
Enviado por Sírlia Lima em 26/05/2013
Reeditado em 23/07/2019
Código do texto: T4310645
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