Adeus Bahia!
Três décadas se passaram,
agora eu vou partir.
Questão de necessidade,
não tenho o que discutir.
Trabalho aqui não há,
vou buscar noutro lugar,
não posso ficar aqui.
Já sentindo a saudade
da terra que adotei,
terra da felicidade,
terra que tanto amei,
que me trouxe alegria.
Adeus querida Bahia!
É triste partir, eu sei.
Na Bahia a gente tem
acarajé e vatapá,
bolinho de estudante,
caruru e abará.
Tem igrejas e ladeiras,
tem cacau, tem capoeira,
e peixe feito no agdá.
Sair daqui é penoso,
disso eu não me engano,
já estou acostumado,
já me sinto baiano.
Eu amo esta cidade,
já me aperta a saudade,
ter que sair é um dano.
Vou ter saudades daqui,
minha querida morada,
desta cidade d´Oxum,
desta terra tão amada
Aqui é o meu lugar,
dos meus filhos, do meu lar,
de minha namorada.
De repente vem a mente:
não adianta reclamar!
Há males que vem pro bem,
para a vida melhorar.
Seguir tocando em frente
é o melhor para gente,
deixa a vida me levar.
Já cheguei a conclusão
que devo recomeçar:
lugar novo, vida nova,
quem sabe um novo lar?
Procurar as coisas boas,
conhecer novas pessoas,
outro jeito de pensar.
Pra frente é que se anda
já dizia uma canção.
Passado é referência,
te prepara coração,
para novos desafios.
outras estradas e rios
que por certo surgirão.
Com licença Pernambuco,
foi aqui que eu vim parar.
Quero desbravar Recife
pois é aqui que vou morar.
Terra do maracatu,
forró de Caruaru,
tudo isso vai rolar.
Que venha agulhas fritas,
peixada pernambucana,
e o galo da madrugada.
Quero a cana caiana,
os bonecos de Olinda
dizem que é coisa linda,
que é coisa bem bacana.
Quero ver a sua cultura
o artesanato local,
o barro de Vitalino,
que tem fama mundial.
Quero curtir a Veneza,
presente da natureza,
orgulho nacional.
É grande a esperança
de tudo se resolver,
de se ter um final feliz
e com a paz conviver.
Termino neste papel,
estes versos de cordel
que acabo de escrever.
Versão Resumida, Maio de 2013
Revisado em 27/06/13
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