FAXINA NA CADEIA.

Óia aqui ôcês qui vão lê,

Esse texto intiressante,

Dos dois minerim presos,

Pro lado de Nova Ponte,

E os dois presos mineiros,

Um deles era de Rodeiro,

Outro de Novo Horizonte.

Um dos caras estava lá,

Por roubar uma galinha,

Num Sábado de aleluia,

Pra fazer uma festinha,

Outro muito mais bobo,

Ajudou carregar o roubo,

Caindo na mesma linha.

Outro dia bem cedinho,

Quando o dia amanhecia,

Toda a cadeia se assanhou,

Sendo grande a correria,

Quando pelo interfone,

Soou igual um trombone,

Despertando a freguesia.

Uma velha carrancuda,

A diretora da cadeia,

Gritou a todos os detentos,

Vamo acordar cabroeira,

A tal velha foi bem clara,

Dizendo olha aqui moçada,

É pra limpar por inteira.

Assim deu ela o recado,

Tensão muita tensão,

Sua cabadivagabundu,

Qui vive nessa prisão,

Tem que da condurecadu,

Queru vê ninguém paradu,

É pá limpá do Téo o chão.

Oia aqui seusvagabundu,

Chega de tanta moleza,

Ocês tudo tão custumado,

A num pegar na dureza,

Prestenção seus desordero,

Vamo alimpar esse chiquero,

Bem diritim cum certeza.

Um dos preso interrogou,

Ó colega ocê entendeu?

O qui essa tar muié falou,

E disse o trem agora fedeu,

Nunca vi preso trabaiá,

Uai lém dumais sem pagá,

Quem num intendeu fui eu

Queocês tudo bem limpu,

É qui nois hoje tem visita,

Genti importante chegandu,

Queressa cadêa bem bunita,

Arrecebi nota que confirma,

Qui hoje o Lula e a Dirma,

Vão está aqui Ocês credita?

Oia num quero ter vexame,

Vão logo se aprerparando,

Pra cantá o hino nacioná,

Por tanto vão logu dicorano,

Se ocês num prendê cantá,

Óia o trem aqui vai disandar,

É mio ocês ir creditando!

E alem dissu ôces tudo,

Tem qui está bemlimpim,

Eu num queru vê ninguém,

Pelos canto falandimim,

Modi ocês tão intendendo,

É muito sero qui to dizenu,

É mio fazer tudireitim.

Ais os dois preso mineiros,

Começaram a comentar,

E um deles disse téquinfim,

O trem já cumeçô mudá,

Cabou-se mamão com açúcar,

Dessa vez todus esfidasputa,

Divagazim eles vai pagá.

O outro só piscou os olhos,

Mas continuou falando,

E aqueles outros fidasputa,

Que o Brasir estão robando,

Óia mas se isso for verdade,

E nóis vê eles trás das grade,

Óia isso num tô criditandu.

Cosme B Araujo.

11/07/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 11/07/2013
Reeditado em 11/07/2013
Código do texto: T4382465
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.