FÊNIX...

Um casamento falido

E um velho amor esquecido

Testemunham com ironia

A palidez desse lar

Que vivia a gargalhar

- Morrendo nessa agonia...

Só almoçávamos juntos

E hoje somos dois defuntos

Insepultos, sem valor...

Vivendo de fingimentos

Sem tesão, sem sentimentos

Sem ereção, sem amor...

Recordo as tardes fagueiras

Onde as nossas brincadeiras

Começavam no capim...

Eu era doido, tu louca,

Minha língua em tua boca,

Teu corpo em cima de mim...

Mas tudo passou, morreu!

Nosso encanto se perdeu,

Nosso cristal se quebrou...

A dor bate à nossa porta

E agora pouco me importa

Quem de nós dois mais errou...

Almoçamos falsidade,

Lanchamos debilidade,

Jantamos ingratidão...

E deitamos com frieza

No colchão dessa tristeza

Pra fazer a digestão...

Eu quero seguir meu rumo,

Mas quando as malas arrumo

Fico impedido de ir,

E choro feito criança

Alimentando a esperança

Do nosso amor ressurgir.

(Nizardo)

Poesia registrada.

Xerinho.[;)]