* A camisa *

Narra uma antiga lenda,

Que um rei adoeceu gravemente.

À medida que o tempo passava,

Ficava mais inconsciente.

Sua saúde piorava.

O médico se desesperava

Ia perder aquele paciente.

Tentava tudo para recuperá-lo,

Mas, nada parecia funcionar.

Todos já se encontravam

Sem esperança ao visitar.

Quando a velha criada falou:

Alguém quase nem esperou

Que terminasse de falar.

- Eu sei como salvar o rei.

Se vocês puderem encontrar.

Um homem feliz que tire a camisa

Quando ele vestir se recuperará.

Ao ouvir tal afirmativa,

O rei enviou sua comitiva

Para tudo providenciar.

Seus mensageiros foram à procura

De um homem feliz.

Eles cavalgaram todos os lugares

E não encontraram como se quis.

Ninguém estava satisfeito.

Todos tinham um defeito

Parecia ser mal na raiz.

- A comida está péssima!

O cozinheiro não soube fazer.

-Este alfaiate costura ruim!

- Ouviu-se um homem dizer.

- Algo acontece de errado

Os filhos estão mais desaforados!

- Resmungava um pai a sofrer.

- A situação financeira está péssima.

- O teto da casa está vazando!

Será que o rei não pode dar

Um jeito no que está se passando?

Essas e outras tantas queixas

Os mensageiros ouviam e deixa

O pobre rei esperando.

Se um homem era rico,

Não tinha ainda o bastante;

Se não era rico,

O sofrimento era gigante.

Era culpa de alguém.

Se não fosse saudável porém,

O caso era mais alarmante.

O rei havia perdido a esperança

De um dia poder se curar.

Quando, numa noite, seu filho.

Pelos campos estava a cavalgar.

Ao passar perto de uma cabana,

Ouviu alguém dizendo: Bacana!

- Obrigado Senhor! Por me escutar.

Concluí meu trabalho diário

E ajudei meu semelhante.

Comi meu alimento, e agora.

Posso descansar um instante.

Deitar-me e dormir em paz.

Pois, sei que de tudo é capaz.

E isso é o mais importante.

O que mais poderia desejar?

O príncipe exultou de felicidade.

Por ter, finalmente, encontrado,

Um homem feliz na cidade.

Mandou seus homens até lá,

- Paguem o que ele precisar!

Tragam sua camisa por bondade.

Levassem sua camisa ao rei.

Quando os mensageiros lá chegaram.

Na cabana para cumprir

E o viram muito triste ficaram.

Descobriram que era tão pobre

Com apenas alguns jornais se cobre

Que até alguns deles zombaram.

Sequer possuía uma camisa.

Mesmo assim era muito feliz.

A pobreza reveste a alma

De virtudes, como se diz.

A riqueza temporal desnuda

Ás vezes nos deixa confusa.

Deixam marcas e cicatriz.

Como iam levar a camisa?

Para vesti-la no rei.

Como ele ia se curar?

Agora morre mesmo, Já sei.

Mandou sua camisa de jornal

Como um gesto especial

E graças a Deus, não vacilei.

Cobriram o rei com a camisa

Que era uma folha de jornal.

Rapidamente ele ficou curado.

Ali mesmo no hospital.

Queria agradecer o pobre homem

Mas não sabia seu nome

Chamando de felicidade total.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 24/07/2013
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4402878
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