* Vendendo balões *

Vendendo balões

Uma vez um velho homem

Vendia balões numa quermesse.

Era um bom vendedor,

Desses que nunca se esquece.

Deixou um balão se soltar.

E nos ares se elevar

Modo como o oferece.

Atraindo uma multidão

De jovens compradores.

Ali um menino negro.

Estava com os admiradores.

Observando o vendedor

E o balão que este soltou

No meio dos compradores.

Soltou um balão vermelho,

Um azul, um amarelo,

E finalmente um branco.

Todos diziam eu quero!

Os balões foram subindo

E os jovens sorrindo

Num encantamento belo.

Desapareceram no céu.

O menino, de olhar atento,

Seguia a cada um.

Com olhos e pensamento.

Ficava imaginando

Olhando o céu e sonhando.

Que grande acontecimento!

Não via um balão preto.

E isso o aborrecia.

Aproximou-se do vendedor

E lhe perguntou com euforia:

- Moço, se soltasse um balão preto,

Ele subiria perfeito

Com os outros que via?

O vendedor de balões

Sorriu compreensivamente.

Arrebentou a linha que prendia

Um balão preto evidentemente.

Enquanto nos ares se elevava

O menino quase chorava

Muito feliz, disse: - Gente!

- Não é a cor do balão filho,

É o que está dentro que o faz subir.

O menino não sabia disso

E demonstrava a sorrir.

Tem preconceito de cor?

Nosso mestre e senhor

Qualquer cor vai preferir.

Ama-nos como somos

Sem nenhuma distinção.

Ama o branco, o preto,

De qualquer religião.

Ele quer é ver a gente

Alegre, feliz, contente.

E em paz no coração.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 28/09/2013
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4502079
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