Pensando em quê?
Por que sou assim, o quê?
Porque eu sou o estopim
Não sei, só sei que é assim
Por que sou assim, por quê?
Eu sou o qual, aquele que
Sem outra que tu, porquê
Do teu beijo quero um quê
Morena, não tem de quê!
Não chores, linda que és
Consta-me que és forte
Que distante o teu norte
À espera dos vossos pés
Penso que penso, dama
Conhece-te a ti mesmo
Que cordel é uma trama
Que jamais segue a esmo
Morena, que faço agora?
Diga-me com que cuidado
Que eu estou apaixonado
Paixão que se vai embora
Pro norte, que destino!
A esperança que um dia
Que o coração menino
Encontrou, que alegria!
Morena, que diga o porquê
O segredo que me contaste
Que contigo tu me arraste
Antes do norte, tem o quê?
Na coragem que te preciso
Que a fé não me abandone
Que paixão, mas que ciclone
No cordel que eu improviso
Que morena, que doçura
Quanto que ainda te falta
Que amor que tanto dura
Do moreno que te exalta
Cordel que não sai da pauta
De emoção que não tem fim
Que de alegria, eu vivo assim
Que nem palhaço na ribalta
Que teu destino é vencer!
Que eu te diga: Então, siga!
E o que quer que eu diga
Tu é que não vai entender
Que te diga: Quer saber?
Que me diga: Então, venha!
Você é quem traz a lenha
Pro meu fogo acender
Moça, não sei o teu porquê
Meu porquê é porque quero
Morena, e por que te espero
Paixão, morena, fazer o quê?
Grato a Zeca Baleiro, Sócrates, Ariano Suassuna (O auto da compadecida)