Bang! Bang!

Bang! Bang!

De uns certos tempos pra cá

Estou martelando o juízo

Na busca de entendimento,

Mas é mesmo complicado

Achar uma explicação

Pra tanto acontecimento.

Nem Deus que tudo regula

Tudo vê e nada faz

Até parece aprovar,

Que os quatro cantos da terra

Viva essa guerra sangrenta

Sem hora pra terminar.

Chacina pra todo canto

É uma matança danada

E a gente sem entender,

Porque razão tantas mortes,

Se é de merecimento

Nós precisamos saber!...

Mas os doutores não explicam

Tapam o sol com a peneira

Dando trela pra bandido,

Que atira sem ver quem é

É bala pra todo lado

E mais um corpo estendido.

Varrem o chão e puxa o lixo

Pra debaixo do tapete

Num disse-disse danado,

Diz que faz e acontece

Mas na verdade não faz

Está todo mundo enrolado.

Soldado que veste farda

Sai pra rua à paisana

Pra tentar sobreviver,

Mas morre de qualquer jeito

Com requintes de maldade

E não ganha pra morrer.

Quem matou esse coitado

Ninguém sabe ninguém viu

Nem que rumo ele tomou,

Mais adiante outra morte

Agora de uma criança

E o bandido escapou.

Policia na correria

Sai perseguindo o bandido

Mata um e o outro não,

E o que fugiu continua

Igual um cachorro doido

Mas com uma arma na mão.

É mais de duzentos mortos

Nessa demanda esquisita

Entre policia e bandido,

E pelo andar da carruagem

Muitos corpos vão cair

Nesse caminho comprido.

Bandido manda e desmanda

E de dentro da cadeia

Dá a sentença de morte,

De lá é o chefão que manda

Se deve tem que pagar

E é ele quem tira a sorte.

E a lista sai porta a fora

Não tem tranca que segura

Nem policia que dê jeito,

E o soldado do crime

Que deve tem que pagar

E o trato já nasce feito.

Atira pra ver a queda

Nunca pergunta quem é

Se é civil ou militar,

E a população refém

Chorando quem já morreu

Não tem pra quem apelar.

E a policia nos quartéis

Refém do medo e da dor

Sai pra rua se for chamada,

E feito barata tonta

Atira pra todo lado

Nessa luta incontrolada.

É, e quem era grande caiu

Era pra fazer não fez

O que tinha que fazer,

Falando o que não devia

Sem afirmar o que disse

Saiu sem se defender.

Na troca de quem ordena

A matança continua

E o que eles fazem é contar,

Estatística seu doutor

Nunca deu jeito em bandido

Que só aprendeu a matar.

É muita gente inocente

Nessa contagem esquisita

Morrendo sem merecer,

Se tudo isso vai parar

E se os culpados serão presos

Nunca iremos saber.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 07/11/2013
Código do texto: T4561542
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