Quando o remédio é bom
Desculpe seu doutor,
Esse meu atrevimento
Disseram que o senhor
Cura até pensamento
E se o remédio for mole
Tomo todo de um gole
Esqueço o espaço de tempo
Preciso de algo forte
Para alguém que não tem sorte
E por aqui se apaixonou
Aquela mulher menina
De fala tão nordestina
Bateu asas e voou
Gostava daquela fala
Que tanto bem me fazia
Dizia querer amá-la
Mas ao contrário partia
De tanta certeza que tinha
Que ela jamais voaria
Agora tento voltar
Mas ela não me entende
A esse meu sofrimento
Ela já não se rende
Sei que pisei na bola
E nada me consola
Não cura meu ferimento
Quis fazer dela a primeira
Mas tinha segunda e terceira
Foi aí que deu o nó
Pois no momento exato
Que ela soube do fato
Acabei ficando só
Já deixei tempo passar,
Fiz promessa a Iemanjá
E de nada adiantou
Só me resta uma alternativa
Esquecer a patativa
Que um dia me amou
É por isso seu doutor
Que peço humildemente
Me tire ela da mente
Sem mágoa e sem rancor
Arranque o sentimento
Sem deixar marcas no tempo
E cure a minha dor.
L. Vitor