* O burro e a carga - Cada um tem a sua... *

Caminhavam dois burros,

Com suas cargas diferentes.

Um com carga de açúcar,

Andava devagar e pendente.

O outro com carga de esponjas.

Andava cheio de lisonjas

Pulava todo contente.

Dizia o primeiro:

– Caminhemos com cuidado,

Porque a estrada é perigosa.

Não seja tão afoitado.

O outro disse: – Onde está o perigo?

O que é isso, amigo!

Parece inconformado.

Basta andarmos pelo rastro

Dos que passaram por aqui.

– Nem sempre é assim.

Precisa saber á quem seguir.

Onde passa um, pode não dar.

Para o outro passar.

O negócio é isso aí.

– Que burrice! Eu sei viver,

Gabo-me de minha ciência

Resume-se em imitar

A falta de competência.

Do que os outros fazem,

Pra mim, isso é lastimável.

Pois, não tenho paciência.

– Eis que os dois se deparam

Num rio com correnteza.

O burro com a carga de açúcar,

Temeroso e cheio de tristeza

Não queria se arriscar:

– E se o rio nos puxar?

Não tenho tanta esperteza.

– Ora, respondeu o outro.

– Se os outros conseguem chegar

Nós também chegaremos,

Vamos logo, atravessar!

Atravesse você primeiro,

Que te seguirei faceiro

Quero ver você passar.

Sua carga é mais pesada,

Irei logo atrás de você.

E assim eles fizeram.

Sentindo medo de doer.

No rio, o açúcar se desfez.

Com uma tremenda rapidez

Não se pode nada fazer.

Com isso, o primeiro burro

Não teve dificuldades

Para atravessar o rio

Passando com tranquilidade.

O burro que o seguia disse:

- Não disse que era tolice!

Passaste com facilidade.

– Não disse que seria fácil?

Agora, vou eu lhe imitando

Mas, qual não foi sua surpresa:

Sua carga ia pesando.

No rio, as esponjas incharam.

E mais pesadas ficaram

E ele foi se afogando.

A carga ficou muito pesada.

O burro morreu afogado.

Somente o outro burro

Conseguiu chegar do outro lado.

Viram que não é moleza

Esponja na correnteza

Fica muito mais pesado.

É ruim desdenhar dos outros

Aprendam esta lição.

Tenha bastante cuidado

Com sua atitude ou ação.

Quem ri por último ri melhor

Já dizia minha avó

Ao me chamar a atenção.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 27/11/2013
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4589584
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