Um cordel do Sudeste

Um cordel do Sudeste

Eu não sigo estrada errada.

Minha viagem termina

ali, em qualquer esquina,

em qualquer encruzilhada,

dia claro ou madrugada.

Sou gentil e sou perdão,

porém em meu coração

não é lugar de brincar,

por isso não vou deixar

a rima cair no chão.

Eu nasci e sou assim,

carinhoso às toneladas.

Nas noites enluaradas,

canto alegre em meu jardim.

Sou igual ao querubim

voando pela amplidão,

porém entenda a questão:

sou filho do verbo amar,

por isso não vou deixar

a rima cair no chão.

Sou cantador do Sudeste,

e sempre tiro o chapéu

ao Divino lá no Céu

e ao cantador do Nordeste,

esse bom cabra da peste,

que canta lá no Sertão.

Eu nasci para cantar,

por isso não vou deixar

a rima cair no chão.

Eu sei que tenho raiz

numa praia nordestina.

De lá veio uma menina

para fazer-me feliz,

mas o destino não quis.

Já quebrei meu violão,

por viver na solidão,

porém insisto em versar,

por isso não vou deixar

a rima cair no chão.

Gilson Faustino Maia

Interação do poeta nordestino Tiago Duarte a quem agradeço:

Tu és fera nos cordéis,

Gilson petropolitano.

Vejo que tu és humano,

aqui te dou nota dez.

Sei que não sofres revés

no cordel e na canção.

Acho que teu violão

só falta mesmo falar,

por isso não vou deixar

a rima cair no chão

Tiago Duarte.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 09/12/2013
Reeditado em 10/12/2013
Código do texto: T4604728
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