* A Contrabandista *

Uma senhora de meia idade

Que andava de lambreta.

Todo dia ela passava

Pela fronteira igual capeta.

Com um saco na garupa

Desconfiaram de sua conduta.

E ela viu a coisa preta.

O pessoal da Alfândega

Começaram a desconfiar dela.

Um dia, quando ela vinha,

Em sua lambreta amarela.

O fiscal a mandou parar.

Para poder perguntar

E fazer revista nela.

- Escuta aqui, vovozinha,

A senhora passa aqui todo dia,

Com esse saco aí atrás.

E na maior correria.

Que diabo, leva nesse saco?

Não pense que eu sou fraco

E nem me venha com rebeldia.

A velhinha deu um sorriso

E respondeu: - É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal.

Depois fez uma cara feia.

E mandou da lambreta saltar

Para o saco examinar

Se não quisesse ir pra cadeia.

A velhinha então saltou,

O fiscal o saco esvaziou

No saco só tinha areia.

Encabulado, ele ordenou.

Que ela fosse em frente.

Ela saiu toda contente.

E o saco de areia levou.

Mas, o fiscal desconfiado.

Ficou a imaginar.

Talvez, passasse com areia

Somente para disfarçar.

E no outro muamba, levasse

Para desmontar seu disfarce.

Iria de novo lhe parar.

No dia seguinte,

Quando ela passou na lambreta

Com o saco na garupa,

O fiscal fez outra faceta.

Mandou ela outra vez parar.

Para o saco examinar

Viu a areia e fez careta.

Perguntou o que levava no saco

Ela respondeu que era areia.

Ele examinou e era mesmo.

Ele disse passa baleia!

Durante um mês ele a interceptou

E todas ás vezes ela passou

Feliz como uma sereia.

O fiscal se chateou:

Dizendo: - Olha, vovozinha,

Sou fiscal há 40 anos.

Manjo bem sua malandrinha.

Eu sei que faz contrabando.

Não pense que está me enganando.

Um dia você cai na minha.

Ninguém me tira da cabeça

Que a senhora é contrabandista.

- Mas no saco só tem areia!

Por mais que você insista

Dirigiu-se a lambreta,

Para o fiscal uma faceta.

Mas, não ia perde-la de vista.

- Eu prometo à senhora

Que lhe deixarei passar.

Não dou parte, não apreendo,

Nem conto se alguém perguntar.

Mas, a senhora vai me dizer:

Como é que faz para esconder

O contrabando que vem buscar.

- O senhor me promete

Que não vai espalhar?

- Quis saber a velhinha.

Pois, estava querendo contar.

- Juro - respondeu o fiscal.

Fazendo jura total.

- É aquela lambreta lá.

É ela que é contrabandeada

Não quero lhe enganar.

Comprei-a em outro país

Mas, pude lhe registrar.

E preciso muito dela

Minha lambreta amarela.

Anda livre a trafegar.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 09/12/2013
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4605378
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.