* A jardineira *

Viajava uma jardineira,

Numa expresso ou perua,

Levando entre malas e trouxas,

Junto com a bagagem sua.

Um caixão de defunto, vazio.

Que me dava arrepios

Ao ver a disposição sua.

Logo adiante na estrada,

Um homem parado dá sinal

E a perua para.

Ele entra e viaja normal.

O tempo tinha se fechado

Uma chuva havia se formado

E começou a chover legal.

O sujeito então achou.

Que não seria nada mal.

Ele entrar no caixão

E se defender do temporal.

Pensou melhor e fez.

Entrou, logo de uma vez,

Espichar as pernas seria legal.

Ajeitou a cabeça ali dentro

E puxou a tampa do caixão.

Ouvia a chuva cair.

E não estava nem aí não.

Adiante, dois passageiros,

Estavam em desesperos

Esperavam uma condução.

A perua parou de novo;

Os homens no carro entraram

E subiram para o alto.

Perto do caixão se acocoraram.

A chuva fina e insistente.

Está ensopando a gente

Ambos molhados conversavam.

E passado algum tempo...

O que ia resguardado

Ali dentro do caixão

Sentia-se sufocado.

Escutava a conversa ali

Levantou a tampa e quis sair

Perguntando atordoado.

Digam-me, companheiros,

Esta chuva já passou?

Num salto, os dois embobados.

Com aquilo que se apresentou.

Desceram com o carro correndo.

Desesperados dizendo:

- Um defunto ressuscitou!

Um quebrou a perna,

O outro, braços e costelas.

E ficaram ambos estatelados

Com o mistério que se revela!

E sem fala, na estrada.

Não tinham entendido nada.

Imagine uma coisa daquela.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 20/12/2013
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4619745
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