* Pedaço de carvão *

Um menino entra em casa,

Batendo forte o pé no chão.

Seu pai ia para o quintal

Quando percebeu esta situação.

Chama-o para uma conversa.

Para saber que história é essa.

Ser tão pequeno e tão turrão.

O menino de oito anos de idade,

O acompanha desconfiado.

Antes que o pai fale alguma coisa,

O mesmo fala irritado:

- Pai estou um pouco enraivado.

Com um amigo magoado

Pois muito me tem aprontado.

Desejo tudo de ruim para ele

Por ter feito maldade comigo.

Seu pai, um homem simples,

Mas cheio de sabedoria e amigo.

Escuta o filho calmamente

Que continua a reclamar friamente:

- Que agora tinha um inimigo.

- Ele me humilhou. Não aceito.

Gostaria que ele ficasse doente

Sem poder ir à escola.

Para deixar de ser insolente.

O pai escuta tudo calado

Após o filho ter desabafado

Pois o mesmo pensa diferente.

Caminham até um abrigo

Onde guardava um saco de carvão

Levou ao fundo do quintal

O menino o acompanhou caladão.

Ele vê o saco ser aberto

Como era um menino esperto

Esperava levar um carão.

Antes que fizesse alguma pergunta,

O pai lhe propõe algo sensacional:

- Filho, faz de conta que aquela camisa,

Branquinha secando no varal.

É o amiguinho que te ofendeu

E cada carvão, um mau pensamento seu,

Endereçado a ele e fatal.

Quero que jogue todo o carvão

Na camisa, até o último pedaço.

Depois volto e vejo como ficou.

Enquanto algumas obrigações faço.

O menino achou o pai pedia

Uma brincadeira que fazia

E rapidamente apressou o passo.

O varal com a camisa estava longe

E poucos pedaços ele acertava

Uma hora se passou e o menino

A tarefa ainda executava.

O pai que de longe observava

Aproximou-se dele e perguntava:

- Como seu filho agora você estava?

- Estou cansado, mas estou alegre,

Acertei muitos pedaços de carvão.

O pai olha para o menino,

Que fica sem entender a razão

Daquela brincadeira divertida

Pelo seu pai nunca sugerida

Que carinhoso lhe chamava a atenção.

- Venha comigo até meu quarto,

Quero uma coisa lhe mostrar.

O filho o acompanha curioso

- O que vamos fazer lá?

Diante de um espelho é colocado

Onde seu corpo todo é avistado

Só os dentes dava pra enxergar.

O pai, então lhe diz ternamente:

- A camisa quase não se sujou;

Mas, olhe só para você.

Veja o estado que ficou.

O mau que aos outros desejamos

Em nós vai se multiplicando

E isso lhe agradou?

O que estamos presenciando

Só você pode mudar.

Por mais que a vida de alguém

Possamos atrapalhar

Com os nossos pensamentos,

A fuligem deste momento

Sempre em nós vai respingar.

Cuidado com seus pensamentos,

Em palavras podem se transformar;

Cuidado com suas palavras,

Para em ações não realizar;

Cuidado com suas ações,

Com tantas transformações

Em hábitos sempre ficar;

Cuidado com seus hábitos,

Podem seu caráter moldar;

Cuidado com seu caráter,

Seu destino pode afetar.

Ele é muito controlador

Muda seja lá o que for

Pode contigo acabar.

“É possível mudar nossas vidas e a atitude dos que nos cercam simplesmente mudando a nós mesmos”.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 26/01/2014
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4665841
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