E disseram...
E disseram...
E disseram pra mim que sou poeta,
que carrego a missão, transporto a meta
de encantar o planeta com meus versos.
Foi, então, quando o amor tocou meu peito,
que eu fiquei meio assim, daquele jeito
e subi, fui cantar lá no Universo.
Era um anjo, porém mudei meus planos,
envolvi-me no mundo dos humanos
e transtornos na vida conheci.
Naveguei pelo mares da saudade
e conheci a essência da maldade,
só meu Deus sabe o quanto que eu sofri.
o tempo passa, a vida continua...
Lá no céu, mesmo sol e mesma lua.
na terra o mesmo enredo a mesma sina.
Preparo, com carinho o meu canteiro,
mas não consigo encontrar lá no celeiro
aquilo que plantei com disciplina.
Quando eu chego um amor se faz presente,
pois talvez tenha a luz do Onipotente
salpicando paixão nos versos meus.
Mas pouco importa, a festa dura pouco,
então choro, soluço, fico rouco
e não posso, sequer, dizer adeus.
Mas, poeta, transformo em poesia
a minha história, minhas agonias...
Talvez seja, no mundo, o meu papel.
Enquanto houver, da musa, aquele olhar,
meu destino eu não posso abandonar,
vou cantando em sextilha o meu cordel.
Gilson Faustino Maia