LÁ DO ALTO DA LUA

Vou falar de uma menina

Franzina de pele parda

Vai para a escola

Com mochila e farda

Atende pelo nome

De Maria Eduarda

Como todas da sua idade

Ela não tem segredo

Só não gosta de adulto

Que lhe prega medo

Ela fecha o tempo

Vai dormir logo cedo

Ela é tão curiosa

Que chega a nos cansar

Com tanta pergunta

Está sempre a questionar

Como se não pudesse

Parar de interrogar

Como ser de luz

Não gosta de escuridão

Mas não para quieta

Adora intromissão

Mas não faz por mal

Só por inquietação

Ela tem nove anos

E sofre transformação

Os dentes de leite se vão

Logo vem outro dentão

Seu corpo esticando

Crescimento em ação

Eduarda é criativa

Usa a imaginação

Imaginou viver na lua

Quis ver minha reação

Questionou junto comigo

Para fazer reflexão

Viver no alto da lua

Como é que se daria?

E para chegar até lá

Como é que se faria?

Iria numa espaço-nave

Ou um cometa a levaria?

Parou pensativa

Pausou o seu falar

Depois de algum tempo

Retornou a prosear

Lembrou que a lua é alta

Muito longe de alcançar

Depois de respirar

Usou a imaginação

Como que será a lua

Que é de Deus a criação?

Será que tem crianças

Brincando de bola e pião?

Será que podem ser livres

Sem sofrer a revelia?

Será que as crianças

Na lua tem garantia?

Ficam livres de violência

E da tal pedofilia?

Eduarda adora brincar

É seu entretenimento

Gosta de correr

Sentir o abraço do vento

Adora a sua mamãe

Abraça- a todo o momento

Ela pensava quieta

Estando de frente ou de banda

Será que lá na lua

Vai poder dançar ciranda?

Vai poder brincar com bichos?

Papagaio, urso panda?

Eduarda de repente

Chegou a uma conclusão

É possível ir à lua

Sem sair aqui do chão

É só usar a mente

Com imaginação

Para conhecer de fato

É bom coragem imprimir

É preciso perder o medo

De ir em frente e seguir

Se o homem já foi à lua

Nós também podemos ir

O medo aprisiona

Impede de dar um salto

De voar de asa delta

De estar lá no alto

Prefiro viver na lua

Que morrer neste asfalto

Quero viver na lua branca

Lua linda e prateada

Lá deve ter rua

Cor de neve, esbranquiçada.

Brincar de amarelinha

De bola e de queimada

Como é bom ser criança

Na imaginação dar um salto

Que tal conhecer a lua?

Que fica ali bem no alto?

Será que veremos São Jorge?

De alegria eu me exalto

Sírlia Lima
Enviado por Sírlia Lima em 13/03/2014
Código do texto: T4726685
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