OS DEZ MANDAMENTOS DO CORNO.k k k k.

Com a grande capacidade,

Que tenho de um trovador,

Confeccionando os cordéis,

O mesmo não me traz pavor,

Nesses textos interessantes,

De certa forma intrigante,

No qual me tornei doutor.

Sabemos que toda lei,

Tem capítulos e artigos,

Parágrafos e emendas,

Que nos livram do perigo,

Por isso nesse momento,

Narro os mandamentos,

De um sujeito mui amigo.

O sujeito que lhes falo,

É o corno nosso irmão,

Que usa chapéu de touro,

Sem nenhuma apelação,

O cara perde a vergonha,

É o famoso cheira fronha,

O primeiro mandamento,

Dessa miserável profissão,

Embora tantos já tenham,

Delongado em seu refrão,

AMARÁS A VOSSA MULHER,

COM AS FORÇAS QUE TIVER,

DE TODO O SEU CORAÇÃO.

O segundo mandamento,

É de entortar as canelas,

Pois pra conviver com isso,

Precisa ser um Zé ruela,

PRA NÃO AZEDAR A COISA,

DEVE GOSTAR DA ESPOSA,

E SER MUITO FIEL A ELA.

O terceiro mandamento,

Dessa horrível lei do cão,

Vai mexer com o seu bolso,

Quer vocês queiram ou não,

VAI O PÃO COMPARTILHAR,

COM SEU ESFORÇO CRIAR,

OS FILHOS DO RICARDÃO.

Já o quarto mandamento,

Que exige a boa conjugação,

Precisa ser muito paciente,

Ser calmo e sem afobação,

SE NÃO PODE SER OS DOIS,

FAÇA AMOR SEMPRE DEPOIS,

PRA NÃO CAUSAR CONFUSÃO.

Nesse quinto mandamento,

Cumpri-lo é uma parada,

Apesar disso muita gente,

Cumprem a tal dando risada,

NÃO VÁ ATRÁS DE MISTÉRIOS,

DEVE IGNORAR OS CHINELOS,

E AS TOALHAS MOLHADAS.

Olha o sexto mandamento,

Esse é mesmo um dilema,

O corno pra ser perfeito,

Tem que entrar no esquema,

DEVE ENTÃO TELEFONAR,

MUITO ANTES DE CHEGAR,

E ASSIM EVITAR PROBLEMA.

Veja o sétimo mandamento,

Quem faz não pede segredo,

Pois só pode ser jumento,

Isso que não é brinquedo,

DEVE ENTÃO SE HABITUAR,

COM AFINCO SE ESFORÇAR,

PARA NUNCA CHEGAR CEDO.

O oitavo mandamento,

Dessa lei que não é minha,

Na verdade é sacramento,

Essa profissão mesquinha,

O RICARDÃO NÃO ATRASA,

ENTÃO NÃO ENTRE EM CASA,

SEM TOCAR A CAMPAINHA.

Diz o nono mandamento,

Que é mesmo o fim da picada,

Eu sou quem não quero isso,

Ter parta em minha jornada,

POIS O CORNO DE PRIMEIRA,

SEMPRE DEIXA A GELADEIRA,

DE BEBIDAS ABARROTADA.

E esse décimo mandamento,

Gostem disso quem quiser,

Eu é que não me aventuro,

Isso pra mim nunca deu pé,

ENCHA ELA DE PERFUMES,

MAS NUNCA SINTA CIÚMES,

DE SUA SANTA MULHER.

São esses dez mandamentos,

De um bom cara de verdade,

Que cumpre sempre a risca,

As suas responsabilidades,

Muito embora sem querer,

Tantos têm a lhe agradecer,

Por tantas generosidades.

Isso é apenas brincadeira,

Nessa simples literatura,

Falando de um personagem,

Que está em nossa cultura,

Ninguém viu e ninguém ver,

Mas qualquer um pode ser,

Essa tão nobre criatura.

E ninguém que ter o titulo,

Dado a esse personagem,

Que para ser assumido,

Tem que ter muita coragem,

E andar de peito aberto,

Seja de longe ou de perto,

No meio da malandragem.

Mas você não tem certeza,

Se já é um corno ou não,

Pois é bom tomar cuidado,

Já que mora neste chão,

Pois aqui não tem lero lero,

É corno abestalhado e serio,

É isso querendo ou não.

Não menospreze o decálogo,

Considerem seus preceitos,

Mesmo em todas sutilezas,

Nunca tenhas preconceitos,

O corno é homem de bem,

Que não faz mal a ninguém,

Não se muda o que está feito.

E a vocês que estão lendo,

Não queira se escandalizar,

Faça um pouco de esforço,

Para o decálogo decorar,

Corno que tem providência,

Não age com imprudência,

Quando dos tais precisar.

Isso é simples brincadeira,

Pra quem lê se divertir,

E se esquecer das mazelas,

Que a tantos vem afligir,

Por isso tem seus mistérios,

Ser corno é um cargo sério,

Que ninguém quer assumir.

Cosme B Araujo.

05/04/2014.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 05/04/2014
Reeditado em 10/04/2014
Código do texto: T4757332
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