* A mesa do vovô *

Um frágil e velho homem foi viver

Com seu filho, nora e neto.

As mãos do velho tremiam,

E sua visão só era para perto,

E o seu passo era hesitante.

Seu filho achou interessante,

E ficar perto dele era o certo.

A família comeu junto à mesa.

Mas as mãos trêmulas do ancião

E sua visão ruim e falhando,

Tornou difícil fazer refeição.

Ervilhas rolaram da colher

Ele trocou olhares com a mulher

Ao vê-lo derramar comida no chão.

Quando ele pegou seu copo,

O leite derramou sobre a mesa.

A bagunça irritou seu filho e nora

Que não tiveram delicadeza:

- Temos que fazer algo sobre o Vovô,

Disse o filho, gritando com o senhor.

Pois não tem nas mãos mais firmeza.

Já tivemos bastante leite derramado,

Vemo-lo comer ruidosamente,

E muita de sua comida no chão,

Parece que está ficando demente.

Temos que tomar uma providência

Já estou ficando sem paciência

E se tivesse alguém com a gente?

Assim o marido e a esposa

Uma pequena mesa prepararam

E num cantinho isolado da sala.

Lá o Vovô eles colocaram

Para sozinho se alimentar

Enquanto desfrutavam o jantar.

E mais nada eles reclamaram.

O Avô quebrara um ou dois pratos,

Sua comida foi servida diferente

Em uma tigela de madeira.

Num cantinho isoladamente

Quando alguém olhava percebia

Que uma lágrima sempre descia

Por estar longe da gente.

As únicas palavras que o casal

Tinha para ele eram advertências

Quando ele derrubava um garfo

Ou derramava comida com insistência.

O neto em silêncio tudo assistia.

Não gostava mais nada dizia

Não via em seu avô deficiência.

Uma noite antes da ceia,

O pai viu que seu filho brincava.

Com sucatas de madeira.

Ele para o filho perguntava:

- O que você está fazendo?

O papai não está entendendo.

Com o filho docilmente indagava.

Da mesma maneira dócil,

O menino ao pai respondeu:

- Estou fazendo uma pequena tigela

Como á que ao vovô ofereceu

Para Você e Mamãe comerem

Quando vocês envelhecerem

Quem vai cuidar de vocês sou eu.

As palavras do menino golpearam

Os pais que mudos ficaram.

Lágrimas começaram a fluir

Seus rostos se transformaram

E nenhuma palavra foi falada,

Ambos entenderam a mancada.

E de corrigir cuidaram.

Aquela noite o marido

Pegou na mão do Vovô

E com suavidade o conduziu

Para o jantar que realizou.

Na mesa com seu familiar.

O resto de seus dias comeu lá

Como Deus os designou.

Nem marido e nem esposa

Pareciam se preocupar mais

Passaram a ter com o vovô

Cuidados especiais.

Quando um garfo era derrubado,

Ou o leite era derramado,

Eles não brigavam jamais.

As crianças são notavelmente,

Perceptivas e observadoras.

Seus olhos veem tudo

E suas mentes são calculadoras,

Seus ouvidos processam mensagens

Que elas absorvem de passagem.

Elas são muito promissoras.

Se elas nos veem pacientemente

Uma atmosfera feliz providenciar

Para os nossos familiares,

Eles têm aquela atitude de imitar

Para o resto de suas vidas.

Por isso são tão queridas

E encantadoras de um lar.

O pai sábio percebe diariamente,

Que alicerce está construindo

Para o futuro da criança.

E sempre está se corrigindo.

Sejamos sábios construtores

De bons exemplos senhores

Enquanto estamos sorrindo.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 06/05/2014
Código do texto: T4796818
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