* Colecionador de problemas *

Em uma determinada aldeia

Havia muitos colecionadores.

Passavam a vida colecionando

Objetos de poucos valores.

Que por alguém foi descartados

Em algum local depositado

Ou em vasilhames coletores.

Os colecionadores descobriram

Que uma quantidade variada

De artigos descartados,

Tornam-se novamente valorizada.

Um colecionador tinha uma provisão

De garrafas de vidro e chamava atenção.

Fazendo uma batucada.

Outro colecionava sapatos

De todos os tamanhos e cores.

E comentava o quanto variava

O tamanho e forma dos consumidores

Havia colecionador de panela,

De selos, chapéu, fivelas,

De taco de golfe, de flores,

De livros cômicos e de cartão esportivo.

Era uma coleção de colecionadores.

Um dia um homem chegou à cidade

E vagando pela aldeia entre os senhores

Perguntava onde ficava a praça

Dos colecionadores de taça

Ou de objetos de pouco valores.

Ele levava um grande pacote,

Mas não parecia estar carregado

Parecia até meio frágil

Mas nem leve nem pesado.

Encontrou a praça dos colecionadores

E se alojou entre os senhores

Em um canto ali do lado.

Os colecionadores descobriram que havia

Um novo colecionador na cidade,

E queriam saber o que ele tinha no pacote.

E não se aguentavam de curiosidade.

Perguntaram-lhe o que ele trazia

Ele respondeu que nada havia

Com a mais pura sinceridade.

Apenas seu almoço e uma capa de chuva

Para o caso de chover.

- Você não tem uma coleção?

- Eles perguntaram para entender.

- Você não é um colecionador?

Então porque aqui se instalou

Não traz nada para vender?

- Oh, sim. - Ele respondeu

- Eu sou um grande colecionador.

Mas o que eu coleciono

E levo para onde eu for

Não cabe num pacote ou uma caixa.

E faço isso com todo amor.

Eu coleciono os problemas

E as preocupações das pessoas.

Esta era uma ideia estranha

Mas ele explicou numa boa.

- Bem, veja vocês, eu descobri.

Há muito tempo percebi

Que as pessoas vivem atoa.

Elas querem se livrar das preocupações,

Dos problemas, dos fardos pesados,

Das Tristezas, dos tempos difíceis,

Mas eles nos cercam de todos os lados

- Essas coisas jogam-nos para baixo

E faz-nos ficar cabisbaixo

Mais tristes e desanimados.

Eu me ofereço para colecionar

Estes problemas e elas se sentem bem.

Não é simples meus amigos?

Eu procuro fazer o bem

Pensaram ser uma tola convicção

Perigosa à reputação da profissão.

Não faria isso por ninguém.

Não parecia prejudicar ninguém

Logo apareceu alguém e perguntou

Como ele colecionava problemas,

E ele respondeu, cheio de amor.

- Há algo em sua vida que o aborrece

Alguma coisa que não esquece

Ou alguém que lhe perturbou?

Alguma preocupação que tenha.

E acrescentarei à minha coleção.

- Mas como isso me ajudará?

Você me mostrará uma solução?

O meu problema vai desaparecer

Só por contar ele a você?

Isso eu não acredito não.

- Não, mas você se sentirá melhor.

Assim a pessoa desabafou

Sobre algo que era o problema.

Quando a história terminou,

O colecionador de problemas acenou

As mãos para o céu elevou.

E algo pesado no pacote colocou.

- Pronto! Eu guardei este.

Como se sente? Perguntou.

Quem tinha o problema respondeu:

- Sinto-me bem. Acho que funcionou.

Eu posso meu problema controlar

Sinto-me forte, sei lá.

Algo em mim me confortou.

As palavras se espalham ao vento.

Ali havia uma multidão

Um dia, uma mulher apareceu,

Caminhando sem disposição.

Lentamente e com dificuldade.

Mas para sua felicidade

Ele estava de prontidão.

Ela chegou e começou a lamentar:

- Como existem problemas pesados!

E ninguém nos dá muita esperança.

Cada dia os problemas são multiplicados.

É um lugar horrível, desesperador.

Eu tive que partir. Parece um terror.

É um lugar por Deus abandonado.

O colecionador de problemas ficou sério.

Depois falou lentamente.

- Eu tenho que ir até lá.

Preciso fazer algo por essa gente.

Muito tempo se passou

Até que um cansado jovem ali entrou.

E tinha o semblante diferente.

Todos sabiam, sem perguntar,

Que ele vinha da cidade.

Ajudaram-lhe como podiam,

Em suas necessidades

E quando ele melhor se sentia,

Perguntaram-lhe se sabia

Do velho que estava na cidade.

- Ele entrou quieto na cidade,

No princípio, ninguém o notou.

De vez em quando conversava

Com alguém que escutou.

Quando terminava de falar,

Ele começava a cabeça curvar

E fazia estranhos gestos com amor.

A pessoa sentia-se melhor.

E demonstravam esperança.

Mandaram-lhe deixar de se intrometer

Nas vidas das pessoas da vizinhança.

Ele simplesmente recusou.

Disse o jovem e gaguejou.

Com os olhos tristes e sem relutância.

- Eles o colocaram na prisão,

E ele ali com os prisioneiros

Colecionava seus problemas.

Dos mais simples e corriqueiros

E as autoridades decidiram

Que ele era uma ameaça viram,

E executaram este homem verdadeiro.

Os aldeãos ofegaram.

Alguns começaram a chorar.

- É doloroso para nós, você sabe.

Como faremos para suportar?

De repente seu rosto se iluminou.

- A ideia ainda funciona! Exclamou.

Problemas ainda vamos colecionar!

Você pode fazer isto para mim,

E eu posso fazer isto para você.

O jovem saltou, cheio de energia,

Ele só nos mostrou como fazer!

E com a força renovada.

Deu na vida uma repaginada

Escutem o que vou dizer.

- Estou voltando para a cidade!

- Mas o que fará você por lá?

- Eles perguntaram em harmonia

- Lá muitos problemas vão acabar.

- Aprendi uma grande lição,

Vou ajudar toda população

As pessoas precisam melhorar.

Serei um colecionador de problemas!

Já sei o que tenho que fazer

Simplesmente ouvir as pessoas.

Fazer com que confiem em você.

Se abram, desabafem e reflitam,

Sintam-se mais leves e repitam.

E espalharei com todo prazer.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 16/05/2014
Código do texto: T4808951
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