Ao encontro do amor
Ao encontro do amor
Quando disseres: vem depressa, amor,
eu monto em burro brabo, vou de trem,
vou de balão ou de avião também.
Procuro um bom cavalo marchador
ou mesmo bicicleta. Por favor
não deixe pra depois, responda agora
que em seguida eu irei e sem demora.
Informe em que local e qual horário
anotarei aqui no calendário.
Por nada deste mundo eu perco a hora.
Acerto o meu relógio de parede,
dobro a ração de milho do meu galo,
porém sigo em segredo e nada falo,
quero matar, amor, a minha sede.
Deixe um colchão no chão ou arme a rede,
eu visto a melhor roupa e vou embora.
Somente essa distância me apavora,
mas chegarei no horário direitinho,
levando o meu amor, o meu carinho.
Por nada deste mundo eu perco a hora.
Prepara para nós um cafezinho.
Se preferir, eu levarei cerveja.
Diga no e-mail o que você deseja.
Que tal uma garrafa de um bom vinho
para aquecer o leito direitinho?
Meu corpo de reclama e alma implora
a noite cai o pensamento aflora
frio na pele, mas calor no peito
e fico aqui doidão, daquele jeito.
Por nada deste mundo eu perco a hora.
Gilson Faustino Maia