Cordel da Viagem...aérea.

Esse é um cordel diferente pois conta a história de uma viagem no trajeto BH - Recife.

Pasmem, acreditem, divirtam-se. O impossivel aconteceu.

Minhas férias terminaram

Maragogi me chamou

Precisava retornar

Pois a saudade apertou

Fui comprar minha passagem

e a história começou.

Minha viagem de volta

Deu uma grande confusão

Acreditem se quiserem´

Pois não é mentira não

E a culpa não foi minha

O culpado é o avião.

Na porta da minha casa

Abraços de despedida

Flávinha, Lucas, mamãe

Minha família querida

E com lágrimas nos olhos

Me preparo prá partida.

Segui para o aeroporto

De coração machucado

Dei o PA. da passagem

Ao moço uniformizado

Ele me disse - Desculpe...

seu vôo foi cancelado.

A Marcia ficou mais branca

Que lençol de assombração

Eu tremia feito vara

Batia meu coração

Dona Vilma procurava

Encontrar a solução.

Voltei prá casa avexada

Trazendo a mala na mão

Marquei pro dia seguinte

A passagen de avião

Rezei um terço inteirinho

Pedí a Deus proteção.

Mamãe e Dona Francisca.

Me levaram prá embarcar

Eu já não acreditava

Que pudesse retornar

Sentei numa sala Vip

E fui meu vôo esperar.

No painel do aeroporto

Serviço de informação

Com sete horas de atrazo

Estava meu avião

Eu perdia as esperanças

Com essa decepção.

Sete horas se passaram

Até licor eu tomei

Conversando com Eduardo

De Maragogi falei

E quando olhei para a pista

Meu avião avistei.

Minha esperança voltou

Enfim, iria embarcar

Sorrindo subí a escada

Fui a poltrona assentar

Logo coloquei o cinto

Prá viagem começar.

Senti bem mais relaxada

O avião degolou

Iria para São Paulo

De lá para Salvador

Quando descí em Guarulhos

O avião não esperou.

Essa não! Fiquei nervosa

Com mais essa confusão

Minha passagem marcava

São Paulo - Conexão

Ia voar para o Rio

Na táboa da salvação.

Na linha São Paulo / Rio

Eu senti um comichão

Me ajeitei na poltrona

Na coxa passei a mão

Acreditem se quiserem

Tinha pulga no avião.

O aeroporto Tom Jobim

Era a próxima estação

A aeromoça alertou

Para a troca de avião

E pediu muito cuidade

Com a bagagem de mão.

Mais quatro horas de espera.

Quando o avião chegou

Sentí saudades do Rio

E do Cristo Redentor

Mais precisava embarcar

Iria prá Salvador.

Logo o lanche foi servido

Sanduiches diferentes

O suco, o refrigerante

E café com leite quente.

A comissária de bordo

Era meiga e sorridente.

Senti a água gelada

Caindo na minha mão

Esperei um novo pingo

Prá ver se tinha razão

Parece até impossivel

Tem goteira no avião.

Chegando em Salvador

Os orixás eu saudei

Rezei dez Ave Marias

Cento e dez mantras cantei

O avião degolou

Até Alá envoquei.

Graças a Deus - é Recife

Minha próxima estação

Vou me livrar desse vôo

Desse maldito avião

- Não vôo mais nessa empresa

Nem na falta de opção.

O maior mico da história

Em Recife se passou

Foi quando a comissária

Com voz suave falou

- Carissimos passageiros

Chegamos em Salvador.

Até que enfim - Aleluia!

Meu pessadelo acabou

Felíz peguei o carrinho

Até a fome passou

Corri prá esteira rolante

A bagagem extraviou.

Dei o meu grito de guerra

Parti prá reclamação

A moça me informou logo

- Seguiu em outro avião

logo será devolvida

é a nossa obrigação.

Puz as mãos postas, rezei.

A sorte está se acabando

Com onze horas de atrazo.

Ví o Dodô me esperando.

Graças a Deus, Pai Eterno

Minha sorte está mudando.

De tudo que a vida manda

Sempre fica uma lição

Me confesso arrependida

De embarcar nesse avião

Nem sempre o bom - é o barato

e barato é solução.

Depois dessa confusão

Sem mortos e sem feridos

Cheguei inteira e bem salva

- Meu Maragogi querido!

E nesse võo maluco

Quase eu arranjo um marido.

Se você gostou da história

Que não é nada normal

Se achou estravagante

Parece até natural

Me despeço - Até a próxima

Um beijo - ponto final

Thereza Fialho
Enviado por Thereza Fialho em 10/05/2007
Código do texto: T481929