* As travessuras de um porquinho *

Um porquinho dorminhoco.

De manhã não se levantava.

Os seus amigos da floresta

Da beleza da manhã lhe falava

Diziam o que estava a perder,

Ele nem queria saber

De nada isso adiantava.

O primeiro animal a acordar

Era o Galo que comandava.

Voava para cima da casa

E fervorosamente cantava.

Para ter certeza que era ouvido.

Todos faziam seu ruído

Mas o porquinho ainda sonhava.

Quando o sol se levantava,

A Ovelha e a Vaca trotavam

Pelo prado onde as gotas

Caiam no orvalho e brilhavam,

Tornando-a boa para comer.

Era lindo de se ver

E outros também chegavam.

O pato corria para o lago,

Metia um pé na água e sorria

Ao ver os primeiros reflexos

Da magnitude do dia

Na superfície da água.

E esquecia qualquer mágoa

Num clima de simpatia.

A Galinha corria satisfeita

Pelo terreiro, cacarejando,

Bicando e arranhando a palha

Depois se sentava cantando.

Tinha posto um ENORME ovo!

Para alimentar o povo

Que estavam se acordando.

Ninguém perdia a manhã.

Com exceção do porquinho.

Todo dia era a mesma coisa.

O Galo chamava com carinho.

- Levanta-te, Dorminhoco!

Ainda está achando pouco

Fique atento bichinho!

Ele abria a boca e BOCEJAVA!

E por fim, se levantava.

E corria para o prado.

E com os animais resmungava.

Quem é que estava a devorar

E para mim não ia deixar

Um pouco de erva que restava?

O Porquinho corria para o lago.

Continuando com a reclamação.

Quem é que agitou a água

E a tornou um lamarão?

Corria para a pilha de palha.

Quem pôs este ovo? Valha!

Na minha palha de estimação.

Era a mesma coisa todos os dias.

Quando ele se levantava,

Toda erva tinha sido comida,

Água limpa não encontrava

Nem palha limpa tinha mais

Ele estava perdendo a paz

Por que cedo não se acordava.

- Só há uma coisa a fazer,

Suspirou o Porquinho triste.

Tenho de levantar-me cedo

Já que todo animal insiste

Na mesma hora que eles.

Já que convivo junto deles

E sem comer não se resiste.

O Porquinho foi para a cama.

Pensando em cedo acordar

Colocou um despertador

Na hora do Galo cantar,

Pela primeira vez na vida.

Acorda cedo e vai para lida

Ver o novo dia despontar.

Ficando surpreendido

Por ver que ia se levantar

Como todos na mesma hora

Pelo menos para variar.

Pôs-se a ver se ouvia o Galo.

Mas era só silêncio, que abalo.

Pensou: - Vou aprontar.

Olhou para o céu e viu que o sol

Estava começando a nascer.

Ele correu para o prado

E começou a erva a comer

Antes mesmo de o sol secar

O orvalho que estava a molhar.

E sem os outros perceber.

Era a erva mais gostosa

Que comera na sua vida.

Depois correu para o lago

Viu sua imagem refletida

Na água límpida e espelhada.

Bebeu e saiu em disparada.

Voltou a dar uma dormida.

- Quem comeu a erva todinha?

Mugiu a Vaca sem acreditar.

- Quem bebeu a água do lago?

Grasnou o Pato a nadar.

- Quem adivinha? Disse o Porquinho.

Dando um grande sorrisinho

Ninguém queria acreditar!

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 25/05/2014
Código do texto: T4819563
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